Países europeus somam forças contra o Google

Comentário da matéria “Países europeus somam forças contra o Google”

Jornal Valor Econômico

Você já parou para pensar como o Google sabe da sua vida? Através de uma tecnologia considerada o “melhor buscador da web” e a partir de acordos que você mesmo concordou, apesar de nunca ter lido, o Google entende quais são suas preferências, onde você mora, com quem você se relaciona e quais são seus desejos na vida.

Mas o problema não está em saber seus dados, mas sim utilizá-los para efetivar propagandas mais funcionais. O anunciante paga para que sua mensagem acerte em cheio seu público-alvo – só nos canais da web é possível garantir tamanha assertividade a um anunciante.

Deste comportamento, surgiu a reação da União Européia, que conservadora como tal, resolveu tomar uma atitude. A partir de uma investigação ter concluído que o Google deixou de dar aos usuários informações adequadas sobre como seus dados pessoais estavam sendo usados em suas diversas plataformas, as autoridades dos países europeus – Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda – formalizaram um procedimento contra o Google por questões de privacidade.

Além disso, União Européia legitimou que os países citados poderão, em breve, aplicar penas de até 2% do faturamento anual mundial às empresas que indeferirem a política de privacidade. No caso do Google, isso significa até US$ 760 milhões na base da receita de 2011.

Na contrapartida, o Google respondeu que sua política de privacidade respeita a lei européia. “Nós nos empenhamos totalmente com as autoridades de proteção de dados envolvidas ao longo deste processo e vamos continuar a fazê-lo no futuro”, descreve o Jornal Valor Econômico com trecho do comunicado oficial da empresa.

Tal cenário político nos mostra como as organizações públicas devem acompanhar o mercado a fim de garantir os direitos de cada cidadão. Governo e empresas não devem ser esferas isoladas uma das outras, pelo contrário, ambas devem mutuamente trabalhar em conjunto para o desenvolvimento de uma sociedade promissora e com mais igualdade. A educação para a cidadania acompanhada de uma inclusão digital, a fim de gerar superávits na economia e nos índices de qualidade de vida do brasileiro.