Brasil supera Índia em lista de inovação

Comentário da matéria “Brasil supera Índia em lista de inovação”

Folha de São Paulo, 20/07/2011

A Confederação da Indústria da Índia em parceria com o instituto de administração europeu Insead e a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo, na siga em inglês) divulgou, recentemente, o ranking mundial de inovação de 2011.

A partir de 50 indicadores, divididos em dois grupos, foi possível fazer a análise.  Em uma ponta, estão os dados de educação e infraestrutura até incidência de impostos. Do outro lado parecem os resultados da inovação, tais como produção de patentes, artigos científicos e exportação de bens criativos.

Tal instrumento de análise favoreceu o Brasil. Nosso país avançou 21 posições no ranking mundial de inovação de 2011. A alta representa uma recuperação. Em 2009, o país ocupava a posição de número 50 na lista das 125 maiores. Caiu para 68º lugar e agora voltou a subir.

Tal ascensão demonstra uma prioridade dos investimentos em atividades inovadoras, o que por consequência impacta na valorização dos produtos nacionais, bem como em nossa capacidade intelectual. O Jornal Folha de São Paulo, do dia 20 de junho de 2011, repercutiu bem os resultados e o fato de termos ficado em posição superior a da Índia.

Apesar da alta no índice de inovação brasileiro, devido a investimentos principalmente das academias e em produção cultural nacional, é preciso atentar-se a questão do déficit tecnológico.

De acordo com o estudo da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), o déficit tecnológico brasileiro cresceu 27,6% no primeiro trimestre, atingindo R$ 23 milhões, sendo que a previsão para o final do ano é de um déficit recorde: R$ 110 bilhões, ante os R$ 85 bilhões de 2010. Tal índice nos faz pensar em qual inovação queremos para nosso país. As medidas devem ser efetivas e colocada em prática logo.

A inovação é uma das molas propulsoras do desenvolvimento de um país, através dela temos uma indústria ativa oferecendo emprego e benefícios tangíveis à população, temos também um número de exportações significativo à balança comercial, pois internacionalizaremos nossas próprias soluções, com o valor agregado de nosso capital intelectual. E, não menos importante, com a inovação, as universidades são sintonizadas ao mercado, sendo eixo de produção de pesquisa, ciência e tecnologia.