Mão dupla

 

Através dos celulares, diversos shoppings de São Paulo estão desenvolvendo estratégias para mapear os visitantes e oferecer propostas específicas para cada pessoa. A criação de aplicativos próprios também se tornou outra poderosa aposta.

O grupo Ancar, por exemplo, dono de alguns shoppings da capital paulista, consegue mapear as rotas dos clientes por meio do acesso dos smartphones à rede gratuita de wi-fi. “Tanto o caminho feito pelo frequentador quanto o conteúdo que ele visitou na internet ficam salvos no sistema e pode ser usados para oferecer promoções segmentadas”, como explica na matéria. O visitante não precisa fazer nada, basta acessar a internet disponível no shopping.

“Quando a pessoa se cadastra no wi-fi, o registro fica no sistema. Quando ela volta ao shopping, sabemos que a pessoa está ali e podemos enviar conteúdo de interesse dela, como promoções e eventos”, diz Mariana Carvalho, diretora de produtos da Ancar.

“Trata-se de mapear gostos, usos e costumes. Caminhamos para um tratamento individualizado. Tocar alguém pelo celular é muito diferente de um anúncio na TV”, afirma Paulo Stuart, diretor da Saphyr.

Já com os aplicativos próprios que os shoppings estão desenvolvendo, além das estatísticas de cada empreendimento, os consumidores podem marcar a vaga onde parou o carro, pagar o estacionamento, ver a programação do cinema, reservar mesa em restaurantes, traçar rotas até as lojas ou mesmo receber ofertas personalizadas.

Em relação ao uso dos aplicativos não vejo problema algum, se o cliente decide abaixar o app ele está ciente dos recursos oferecidos e também do monitoramento do shopping. Mas nesse simples fato de acessar o wi-fi do estabelecimento e assim o usuário – muitas vezes sem saber – estar oferecendo essa ‘oportunidade’ para que a gestão do shopping saiba de todos os seus passos, me parece um afronto a privacidade; sem contar que seus dados ficaram ali armazenados muitas vezes também sem o seu conhecimento. É uma grande estratégia dos shoppings, de fato muita gente vai gostar da novidade, mas outras pessoas nem tanto. Por isso acho justo deixar claro aos clientes sobre a opção de aceitar ou não essas ações.

 

 

*Assunto extraído do Jornal Valor Econômico

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