A maldade sem fio

Há um fenômeno nas redes sociais que atingem todos os anos milhares de vítimas, as consequências são desoladoras e muitas vezes, acabam em mortes. Vamos discutir hoje sobre a trollagem.

Quantas vezes você já leu nas redes sociais acusações e críticas severas entre pessoas com mensagens que se propagam rapidamente e ganham uma enorme dimensão? Isso muitas vezes faz parte de uma violência do meio digital que tem consequências enormes na vida real.

Na trollagem há dois tipos de personagens, os “haters” – seriam mais parecidos com metralhadoras giratórias que disparam contra qualquer coisa que não gostam – e os “trolls” – fazem provocações e afirmações polêmicas para criar dissensão nas redes sociais.

“Fiquei arrasada. Percebi que em questão de segundos sua vida pode ser destruída”, diz a psicóloga Beatriz Breves que sofreu acusações falsas, e tempo depois escreveu o livro “A maldade humana: como detonar uma pessoa no Facebook”.

Há casos ainda mais graves, principalmente quando os envolvidos são adolescentes, que estão em fase de construção da personalidade, como a garota americana Megan Meier, de 13 anos, que se enforcou com um cinto depois de receber mensagens destrutivas de um garoto com quem vinha flertando no MySpace. A polícia descobriu depois que o garoto não existia, e quem fez tudo foi à mãe de uma ex-amiga de Megan, pois acreditava que a garota espalhava fofocas sobre sua filha.

“Todo mundo espia todo mundo, não há fios entre as pessoas. Você pode aparecer e desaparecer quando quiser”, afirma o professor de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Aurélio Melo. Talvez seja por isso que tantas pessoas sentem-se a vontade para criticar outras nas redes sociais, em uma sensação de liberdade para manifestarem qualquer coisa e sem nenhum tipo de preocupação. Comportamento esse que enxergo como doentio.

O mais preocupante disso tudo é que não temos leis rígidas para punir os autores desses atos. Imagine comigo, alguém decide te difamar, caluniar, causa consequências morais e psicológicas que você irá lembrar para o resto da sua vida; então você consegue “dar a volta por cima”, decidi ir adiante de todo esse desgaste e resolve processar tais pessoas, ao fim do julgamento elas irão simplesmente pagar cestas básicas ou prestar serviços comunitários – é assim que hoje acontece. Revoltante?

“A internet despertou a turma do mal. A coisa está fora de controle por causa da sensação de impunidade e pode ter consequências drásticas”, diz Renato Opice Blum, advogado especialista em direito digital.

E aí, o que fazer? Está realmente difícil acreditar no que a gente encontra nas redes sociais. Como eu já comentei por aqui, primeiramente pesquise a veracidade do que você lê nesses meios e depois tire suas conclusões.

Mais importante ainda do que isso: não julgue as pessoas. Não é novidade para ninguém que nenhum tipo de julgamento é benéfico, e nas redes sociais, ambiente imerso de opiniões e debates não poderia ser diferente.

É lamentável, pois da mesma maneira que encontramos pessoas ótimas, que também fazem críticas construtivas, mensagens de apoio e outras coisas positivas, também estamos cercados por pessoas de más intenções. Isso sempre aconteceu, não importa em qual época, a diferença é que a internet – espaço misterioso, difícil de controlar e que muitas pessoas se “camuflam” -, tornou as provocações mais intensas e severas.

 

Fonte: Valor Econômico

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