Grau de dependência de incubadoras é alto, mostra o estudo

Comentário da matéria “Grau de dependência de incubadoras é alto, mostra o estudo”.
Jornal Valor Econômico

Criar e desenvolver empresas para o mercado é um dos principais propósitos de uma incubadora de empresas. Entretanto, a experiência brasileira mostra que os empreendimentos incubados não conseguem se libertar das instituições mantenedoras, principalmente do Estado.

Segundo levantamento da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), existem 384 incubadoras no país, destas 27% não geram receita própria. Outros 51% possuem receita própria, mas esses recursos são inferiores a 30% do faturamento total e abaixo do volume de recursos que necessitam para se manter em operação.

Em entrevista para o jornal Valor Econômico, a presidente da Anprotec, Francilene Procópio Garcia, declara defender a adoção de um modelo de gestão semelhante ao que foi adotado em Israel, que em 2002 deu início a um processo de privatização das incubadoras, até então vinculadas ao governo. Atualmente, das 24 incubadoras existentes naquele país, 22 são administradas e financiadas pelo setor privado.

No Brasil, ainda não há cultura de investimentos privados nas incubadoras. Mas passo a passo, o setor produtivo alia-se ao governo no compromisso que iniciativas inovadoras saiam do papel e materializem-se em forma de empreendimentos. Um exemplo que vivenciamos uma nova fase de incubação está no Porto Digital do Recife (PE), que já recebeu aportes de grupos como IBM, Motorola, Samsung, Nokia, Dell e Microsoft.

Acreditar numa rede, formada por pequenas, médias e grandes empresas, que estimulam um setor produtivo mais forte e independente, capaz de fortalecer uma economia é um compromisso de todo empresário e de todo segmento. O Brasil dá seus passos, mas é preciso mais agilidade por parte de todos.