A história por trás da derrota do Blackberry para o iPhone

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Jornal Valor Econômico

A empresa desenvolvedora do Blackberry, Researche In Motion Ltd.(RIM),  passa por momentos de crise. Houve um prejuízo líquido de US$ 518 milhões neste primeiro semestre. Suas ações caíram quase 70% o que derrubou seu valor de mercado para menos de US$ 4 bilhões. Realidade bastante distinta da vivenciada em 2008, em seus tempos de glória, quando chegou a ter um valor de mercado de mais de US$ 80 bilhões.

Antes constituída por Mike Lazaridis e Jim Balsillie, a dupla liderança na presidência da RIM é apontada por muitos como um dos motivos para a situação atual. Segundo comunicado oficial, “como em qualquer empresa inovadora, houve momentos em que pessoas na organização divergiram, mas essa não era a norma.” Informa a RIM na declaração. “Os dois sempre tiveram uma relação de trabalho profissional e eficiente e sempre estiveram em direta comunicação.” Acrescenta.

Indagações a parte, a dupla presidência não existe mais. Desde janeiro, Thorsten Heins,velho braço direito de Lazaridis, assumiu o posto de presidente. De acordo com ele, a empresa foca esforços no lançamento do novo Blackberry. Programado para o primeiro trimestre do ano que vem, o Blackberry 10 promete ser o padrão para a computação segura em plataformas móveis. Mesmo tomado pela expectativa, Heins não descarta a possibilidade de venda da empresa como alternativa à crise.

O Blackberry, de fato, merece o mérito de inovador, afinal ele basicamente inventou o e-mail no celular. Porém, o excesso de confiança em seu produto contaminou a RIM e a fez acreditar ser imune a qualquer ameaça que pudesse abalar seu lugar no mercado. Desprezou a possibilidade dos consumidores preferirem os encantos dos recursos oferecidos pelos concorrentes. Tanta convicção saiu caro.