A Amazon vem aí

Comentário da matéria “A Amazon vem aí”

Revista Brasil 247

            O que você acha de experimentar uma leitura, em que há trilha sonora ou personagens animados? Uma leitura em que você, simplesmente, interage com a história, podendo adicionar novas imagens e sons? Se isto lhe chamou a atenção, não pense que é coisa de um futuro muito distante. Cada vez é mais comum, encontrar pessoas que se adaptam à leitura através de e-readers – dispositivos altamente tecnológicos.

            É verdade que ainda a maioria dos livros ainda são inanimados e representam a digitalização dos títulos (e-books) para os equipamentos. Mas este é um grande passo da inovação no mercado editorial. Não é a toa, que a maior editora de livros do mundo, a Amazon, virá para o Brasil, no segundo semestre de 2012, com foco na venda massiva do Kindle, seu leitor de livros digitais.

            A Revista Brasil 247 nos mostra como o mercado brasileiro é estratégico para a Amazon, que percebeu a catástrofe de seus concorrentes neste território. A Alfa, da Positivo, e a Cool-er, do Gato Sabino, apesar de terem sido pioneiros, não conseguiram encantar nenhum público. A Amazon aposta em um preço mais popular e nas mesmas táticas usadas nos Estados Unidos. “Quando lançou o Kindle, nos EUA, em novembro de 2007, o mercado de e-books era nanico. Hoje, a Amazon vende mais livros digitais do que físicos”, esclarece a reportagem. A venda e e-books no país americano cresceram 117% em 2011.

            O mercado brasileiro tem suas particularidades, por exemplo, a Amazon não tem conseguido negociar com as editoras brasileiras. A meta era estrear o site no Brasil em abril deste ano, com acordos assinados com 100 editoras. Até agora, fechou com apenas 10 selos – sendo apenas um deles de uma grande editora. Além disso, a onipresença da Saraiva, com mais de 102 pontos de venda, representa um consumo de livros físicos ainda forte no Brasil.

            Que a Amazon vai desembarcar no Brasil, isto é certo! Sua prioridade em vender o Kindle é uma chance de despertar mais o interesse do brasileiro não só pela nova tecnologia, mas também pela adesão a leitura.  O brasileiro lê em média menos de dois livros por ano, resultado inferior ao da Colômbia e de outros países latino americanos, e de países desenvolvidos como França (7,0), Estados Unidos (5,1) e Inglaterra (4,9).

             A leitura é um hábito imprescindível, seja para atuação profissional ou para o exercício da cidadania plena. Pessoas que lêem desenvolvem seu lado intelectual, mas também o emocional e criativo. A leitura amplia a capacidade cognitiva do cérebro humano. Para o brasileiro ler mais, ele precisa ser estimulado, e os livros digitais podem ser uma grande atração. Para tanto, é bom que diversos players venham para o Brasil, impulsionando a concorrência entre as empresas e produtos mais competitivos para os usuários. A tecnologia, quando bem intencionada, sempre é uma aliada da educação.

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