Inovar ainda é americano

Comentário da matéria “Inovar ainda é americano”

Revista Veja, 23/05/2011

As páginas amarelas da “Revista Veja”, do dia 23 de maio, trazem a entrevista com Úrsula Burns, presidente da Xerox. De forma sucinta e clara, as respostas da líder surpreendem pela visão direta de como a tecnologia e a inovação estão intrínseca no desenvolvimento de novas economias para os próximos anos e como a Xerox pretende se comportar neste cenário.

“Estamos em um segmento de negócio em que ser o líder não implica manter-se líder para sempre. É vital renovar-se constantemente. Sempre digo que o líder precisa liderar, e isso significa inovar, manter mercados e conquistar outros”, revela Úrsula Burns.

A inovação é intrínseca no pensamento de sua presidente, por isso, a Xerox foi berço de tecnologias únicas no mercado como o mouse, ícones de tela e a própria máquina fotocopiadora, da forma a qual conhecemos hoje. Firme no mercado, a Xerox busca ampliação de suas atividades e o Brasil é um dos lugares escolhidos para sua expansão. “No Brasil (…), as oportunidades de crescimento são muito maiores”, diz a presidente comparando nosso país com outras nações emergentes como Índia e China.

Entretanto, nem tudo são elogios. Úrsula Burns reclama da complexidade do sistema tributário brasileiro. De forma elegante, ela elogia a educação norte-americana. “O ensino universitário americano é extraordinário. Não tenho dúvida de que os EUA ainda são o país com o ambiente mais favorável a inovação”.

Inspirados neste depoimento, temos que rever o papel das nossas universidade. A academia deve estar mais próxima do setor produtivo para que os profissionais graduados possam atender a demanda do mercado de trabalho. Através de iniciativas públicas, como o Goiás Conectado, que visa democratizar o acesso a banda larga, tendo como um de seus primeiros passos a inclusão digital dos universitários, é possível acelerar a formação de profissionais gabaritados para a pesquisa e dispostos a inovar em suas colocações.

Vontade política, apoio das universidades e um trabalho sério das empresas é uma das fórmulas para o Brasil conquistar uma prosperidade econômica, que traga benefícios sociais reais e constantes. A evolução brasileira e de sua população deve passar por fortes investimentos em educação e no suporte aos empresários de pequeno, médio e grande porte.