Inovação e Parques Tecnológicos: o sucesso da economia goiana passa por aqui

Os parques tecnológicos (PaqTcs) são considerados verdadeiros ambientes de inovação, capazes de desempenhar um papel relevante na estrutura da sociedade e promover o desenvolvimento socioeconômico.

Neste sentido, a interação entre governantes, empresários e pesquisadores brasileiros é essencial para que sejam concretizados projetos e empreendimentos inovadores, que acompanham as tendências regionais e nacionais, bem como antecipam os anseios da sociedade pós-moderna.

No Brasil, experiências de sucesso internas demonstram que vale a pena acreditar no potencial dos parques.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um exemplo bem-sucedido de que é possível estreitar os laços entre pesquisadores e o desenvolvimento econômico, por meio da iniciativa pública.

A Embrapa foi criada em 1970, época em que a agricultura se intensificava no Brasil. O objetivo foi incentivar o trabalho de pesquisadores, para que o conhecimento científico se tornasse apoio ao desenvolvimento agrícola.

Hoje, a Embrapa é uma grande aliada do agronegócio, capaz de identificar limitações, sugerir providências, indicar fontes e formas de financiamento, e propor legislação adequada para assegurar a dinamização desses trabalhos.

Neste mesmo sentido, temos a Embraer para a indústria aeronáutica brasileira, acompanhada de pólos menores como é o Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Em todas estas experiências, a estrutura baseou-se no modelo “inovação aberta”, ou seja, a estrutura de parques tecnológicos permite uma rede de colaboração, que pressupõe que as companhias estejam abertas a realizar trocas de idéias e conhecimento entre as empresas, universidades e demais integrantes.

Esse processo colaborativo permite a geração de uma infinidade de empresas de pequeno e médio porte, baseadas no desenvolvimento tecnológico e inovação. No caso dos Parques Tecnológicos, a rede de inovação ultrapassa as organizações de Tecnologia da Informação (TI).

O Parque Tecnológico resgata a vocação da região em que está localizado. Isso nos indica que o Estado de Goiás será um grande berçário para os Parques Tecnológicos voltados as soluções para o agronegócio, a indústria farmoquímica e outros segmentos dadas as nossas características.

Em 2006, cerca de 9% dos Parques Científicos e/ou Tecnológicos associados à International Association of Science Parks (IASP) tinham como foco o agronegócio. Esse número relativamente pequeno, não corresponde a forte demanda do setor, que necessita de novas tecnologias dentre seus programas de maior produtividade, baixo curso, energias renováveis, entre outros.

Em Goiás, a agropecuária representa o dobro da média nacional e é responsável por um quinto das riquezas geradas no Estado, sendo que a prática do agronegócio goiano está bem distribuída pelo território. Esta realidade reflete a forte demanda por uma tecnologia de ponta, que dê sustentação ao crescimento no setor.

A aproximação entre tecnologia e agronegócio em Goiás tem chances de índices altíssimos de simbiose, desenvolvimento e inovação. Para tanto, o setor do agronegócio deve fazer parte dos futuros Parques Tecnológicos goianos.

Assim também deve ser o setor farmoquímico, que já se encontra instalado no Distrito Agroindustrial de Anápolis (GO). Hoje, a estrutura de um Pólo Farmacêutico encontra-se isolada, o que implica na idéia de concorrência entre as indústrias ali localizadas.

Para um pujante desenvolvimento econômico, Goiás precisa aglutinar suas vocações. Estrategicamente, o Parque Tecnológico funciona como âncora para a promoção da aproximação e articulação entre os atores do sistema local de inovação, criando condições para o desenvolvimento das organizações já existentes e proporcionando suporte para surgimento de novos empreendimentos, de pequeno e médio porte.

Assim, o desenvolvimento de Parques Tecnológicos em Goiás, necessita do envolvimento de todos os representantes do setor produtivo no Estado. A articulação entre os empresários configura em elemento crítico para o sucesso da implantação dos Parques, bem como o fortalecimento das vantagens competitivas do Estado de Goiás perante o cenário nacional e até mesmo internacional.

Esta é a uma grande oportunidade de cobrarmos uma postura mais eficiente dos governos municipal, estadual e federal e aproximarmos das universidades, que direcionarão suas pesquisas as verdadeiras demandas do mercado, bem como capacitarão profissionais integrados a cultura inovadora.

Reilly Rangel

Artigo publicado em 06/08/2010 no Jornal Diário da Manhã

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