Apple: a maçã virou uma vaca?

Quando recentemente o renomado investidor americano Warren Buffett adquiriu 9,8 milhões de ações da Apple através do seu fundo de investimento Berkshire Hathaway, o mundo dos negócios parou para refletir sobre essa ação.

O investimento de Buffett fez o valor da Apple aumentar quase 4%, o que significa 19 bilhões a mais. A surpresa com a ação é pela razão do investidor ser conhecido como conservador, avesso a companhias de tecnologia. Com base na análise do Wall Street Journal, a reportagem da revista Exame cita duas explicações para a decisão de Buffett:

• Já com 86 anos, o americano vem incentivando seus sucessores a controlarem os 129 bilhões de dólares da Berkshire Hathaway. Em 2011 e 2012, trouxe dois gestores de fundos, Todd Combs e Ted Weschler para fazerem suas apostas. Talvez tenha sido eles os responsáveis na escolha de investir na Apple.
• A outra explicação diz respeito a mudanças que ocorreram na empresa fundada por Steve Jobs e não propriamente na Berkshire Hathaway. Buffett gosta de companhias com boa gestão e perspectivas de receita constante durante um logo prazo, com risco baixo. Quem sabe seja isso que a Apple se tornou: uma empresa que deixou de ser uma estrela do crescimento.

“A Apple está se tornando pelo menos aos olhos do mercado financeiro, uma vaca leiteira – definição que se dá a empresas que dão muito dinheiro, mas cujo crescimento é lento, nulo ou até negativo”, cita a matéria da Exame.

Cotada como a empresa mais valiosa do mundo, ela perdeu esse posto por alguns momentos neste ano quando o Google ocupou seu lugar. Os iPhones, produto mais lucrativo da empresa, primeiro passou por uma estagnação de vendas e depois para o declínio. Seu líder Tim Cook declarou que possui motivos para o momento desafiador da Apple: a alta do dólar, a crise na China (seu maior mercado depois dos EUA) e uma comparação muita alta que se baseia no estrondoso sucesso de 2015.

Depois do falecimento do grande ícone da Apple, Steve Jobs, as dúvidas em relação ao futuro da empresa não deram mais sossego. Não deve ser nada fácil para Tim Cook enfrentar tanta desconfiança do mercado e a enorme pressão para lançar produtos disruptivos. Creio que esse seja o ‘carma’ de quem possui um legado composto por inovações que transformaram o mundo.

*Assunto baseado na reportagem da revista Exame