Vendas de música digital ‘usada’ cria polêmica

Comentário da matéria “Vendas de música digital ‘usada’ cria polêmica”

Jornal Valor Econômico

Se na vida real parece difícil vender “músicas usadas”, o mesmo não acontece na internet. A empresa americana ReDigi criou uma nova plataforma de negócio: um bazar on-line legal para música digital “usada”. Isto significa que a música que você baixou legalmente, pode ser transferida para a nuvem da ReDigi, apagada de seu computador e futuramente comprada por um novo usuário.

Cada música “usada” é vendida por US$ 0,60, valor baixo se comparado com típicos US$ 0,99 cobrados na iTunes. É importante destacar que ao contrário de livros físicos ou CDs, bens digitais “usados” são iguaizinhos a “novos”. O serviço da ReDigi, originalmente norte-americano, está prestes a atravessar fronteira e se estabelecer na Europa, sendo que há promessas de expansão para áreas de livros eletrônicos e jogos de videogame.

Este novo modelo de negócio, apesar de amparado pelas leis, não deixa de ser polêmico. Gera debate sobre as leis de direitos autorais e sobre o direito dos consumidores de comprar e vender bens digitais de segunda mão da mesma forma que o comércio de bens-físicos. Além disso, há o confrontamento direto com os gigantes do mercado de tecnologia.

“Para varejistas on-line como a Apple e grupos de mídia como a Vivendi, controladora da EMI, as consequências de um mercado de bens digitais de segunda mão podem ser enormes. Levando em conta que apenas as receitas resultantes do download de músicas cresceram para US$ 4 bilhões em 2012, trata-se de muito dinheiro em jogo”, descreve a reportagem do Jornal Valor Econômico.

A internet revolucionou a maneira como criamos arquivos, compartilhamos documentos, nos relacionamos. Tudo passa a ser digital, o que se torna praticamente sinônimo de “compartilhável”.  Os negócios, sejam de quaisquer área, até mesmo o que engloba o entretenimento, precisa renovar-se, reinventando em suas “estruturas” para poder manter-se no mercado. Um debate sério, responsável e sem preconceitos deve ser estimulado entre todos os envolvidos.