Comentário da matéria “A revolução do pós-papel”
Revista Veja
Qual leitura é mais agradável para você? Em um livro físico ou em um tablet?
Em um mundo cada vez mais virtual, grande parte das pessoas prefere a segunda opção, dispensando os livros físicos pelos leitores eletrônicos ou tablets. Em um momento histórico, nós estamos vivendo uma nova era de mudanças profundas na maneira de ler e escrever. É a revolução da cultura escrita para a digital.
Há 2.500 anos o grande filósofo Sócrates, temia a transição da linguagem oral para a escrita. Afirmando que apenas o diálogo, o discurso, a retórica e a palavra falada conduziam ao conhecimento e à sabedoria. Felizmente ele se enganou e vivemos um grande avanço intelectual da civilização ocidental.
Hoje, novamente, estamos vivendo uma transição de mudanças ainda mais radical. A escrita e a leitura começaram lentamente a sair do papel. Nos anos 90, já era possível ler livros através dos computadores ou em laptops, depois vieram os smartphones e por fim, surgiram os tablets e leitores eletrônicos, desses que acabam de chegar ao mercado brasileiro. O livro recebeu assim muitas intervenções tecnológicas. E em muitos países, como nos Estados Unidos, a venda de livros digitais já supera a dos livros físicos.
As opiniões sobre essa revolução se dividem. A professora Helen Sword, da Universidade de Auckland na Nova Zelândia diz, “O lado negativo é que muitos habitantes do maravilhoso mundo digital perderam, ou nunca tiveram, a habilidade de escrever uma prosa com estilo, bem estruturada”.
Para a advogada Roberta Shaffer que trabalha na Biblioteca do Congresso dos EUA, em Washington, a preocupação é de jovens que não fazem leitura em profundidade, e não se interessam em questionar e duvidar sobre as pesquisas feitas pela internet, acreditando na primeira resposta que salta na tela do computador. O temor está em jovens que não são capazes de ler bem, refletir e imaginar.
Por outro lado, há muitos que acreditam que essa transformação segue para uma direção promissora. Scott Turow, autor de thrillers jurídicos que ocupam o topo das vendas, acha espetacular a invenção dos tablets e leitores eletrônicos, capazes de armazenar milhares de livros, com baterias que duram horas e fáceis de carregar.
Nunca houve maior interação e aprendizado como existe no mundo virtual, muito mais do que apenas espiar, as tecnologias envolvem as pessoas numa verdadeira troca de aprendizados e experiências. A leitura antes considerada um ato solitário, hoje é uma atividade comunitária eletronicamente conectada. Alguns dispositivos já oferecem trechos dos livros sublinhados por outras pessoas, trazem nos livros trilha sonoras, vídeos e fotografias e revelam hábitos de leitura que proporcionam as editoras atender os gostos de diversos públicos.
Acredito que tudo é uma questão de adaptação. O mundo virtual trás muitas inovações cheias de tecnologias que buscam melhorar a vida das pessoas, promovendo interação e gerando conhecimento.
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