Onde nascem os Gadgets?

Comentário da matéria “Onde nascem os gadgets”

Revista Info Online

            Chamada, no passado, de “gigante adormecido”, a China não só está acordada, como é um dos maiores pólos econômicos do mundo. Seu rápido desenvolvimento sustentou o título de capital de eletrônicos, entretanto, permanecem os grandes problemas sociais como um dos maiores desafios para a nação chinesa.

            A Revista Info traz um retrato claro da China como o país que abriu as portas para que multinacionais instalassem sua fábricas. Impostos baixos, menos burocracia, oferta de terras, câmbio desvalorizado, energia abundante, frouxas regras ambientais, infraestrutura e por fim, mão de obra farta, barata e impedida de se organizar são fatores que estimularam a transformação das cidades em pólos industriais.

            Shenzhen é um dos exemplos mais fortes do rápido crescimento econômico chinês. A cidade, que se tratava de uma pacata vila de pescadores nos anos 80, é hoje o maior pólo de fabricação de eletrônicos da China. O local abriga a Foxconn dos iPhones e iPads; o High Tech Park, onde estão os laboratórios de empresas; e os shoppins de Futian, onde lojistas montam produtos ao gosto do freguês.

            “iPod City” é o maior complexo da Foxconn existente e fica em Shenzhen – são 15 galpões dedicados às linhas de produção, além de prédios dormitórios, silos de armazenamento, áreas de lazer, supermercados, entre outros espaços. O espaço é grandioso, mas o mais impressionante está nas estruturas “antissuicídio”; as grades cercam todo o prédio e foram instaladas há dois anos, depois que o número de funcionários que se atirou nas janelas superou uma dezena.

            Jornadas de aproximadas 10 horas diárias, por salários de aproximados 1100 iuanes, ou menos de 370 reais, já inclusas as horas extras. Esta é a realidade de um trabalhador chinês, o que impacta diretamente no quadro social do país. A poluição extrema no país, a violência urbana e a produção de tecnologia própria são outros desafios para os chineses. Desfazer a imagem de falsificadores é um dos focos da atuação dos governantes, por isto as patentes próprias são incentivadas. No ritmo em que as coisas mudam na China, não será de se estranhar sua hegemonia mundial em poucos anos.