O clima do artigo de ontem foi para que executivos, empreendedores e profissionais pudessem refletir sobre a necessidade de mudanças no ecossistema das empresas, em razão da ascensão da tecnologia como um todo. Hoje vou continuar o assunto, dessa vez citando uma centenária que está vivendo esse processo, a General Eletric.
Fundada em 1892, a americana General Eletric passou por várias mudanças, hoje está presente em vários nichos, como em turbinas de avião, hospitais, usinas elétricas e locomotivas. Apesar de ter expandido os negócios ao longo de seus 124 anos, o presidente mundial da companhia, Jeffrey Immelt, afirmou que atualmente ela está vivendo uma das maiores transformações de sua história.
A “nova General Eletric” quer transformar toda a indústria ao conectá-la com a internet – e eles já estão fazendo isso. “A prioridade não é mais apenas vender equipamentos. E sim vender ganho de produtividade, com sistemas capazes de conectar máquinas à internet”, explicou o brasileiro Rafael Santana, presidente da GE para a América Latina.
Todos os equipamentos da empresa estão ligados a uma espécie de central de gerenciamento que fornecesse dados importantes, como o momento certo de fazer uma manutenção. “Criamos para cada equipamento um gêmeo digital. Essa réplica permite gerenciar a manutenção com base em dados reais de uso de cada equipamento, não apenas em dados estatísticos”, diz Rafael. “Até 2020 queremos ter 70 mil turbinas de avião e 100 milhões de lâmpadas conectadas à internet”.
No Brasil essa aplicação já está sendo realizada, por exemplo, nas locomotivas de Minas Gerais. “Com a captura de dados, conseguimos até 25% de redução no número de falhas. Podemos prever as rotas de todas as locomotivas e programas a redução de velocidade antecipada”, afirmou.
Dispositivos conectados ao mundo digital são realmente capazes de fornecer informações valiosas. Comentei algumas vezes no blog da eficiência que equipamentos inteligentes podem gerar na estrutura das cidades, como sensores para medir o fluxo do trânsito, em luminárias para avisar quando devem ser trocadas, leitores de água para detectar vazamentos, entre outros. A estratégia da GE nada mais é que utilizar a internet das coisas para interligar toda a indústria. Se empresas que possuem uma trajetória e um legado tão extenso estão revendo seus modelos de negócios fruto de um mundo cada vez mais digital, por qual motivo você também não pode fazer?
*Assunto baseado na reportagem da revista Exame
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