É fácil pensar que as montadoras de carros devem estar em fúria diante da expansão dos serviços de compartilhamento de veículos. Afinal, pessoas dividindo seus automóveis e outras alugando significa que menos carros estão sendo comprados.
Por mais congruente que pareça este raciocínio – pesquisas já até indicaram que um único veículo compartilhado substituiu a aquisição de nove a 13 carros – não é bem isso que vem acontecendo na indústria automotiva. Grandes fabricantes de automóveis entraram na disputa do compartilhamento de carros, mercado hoje dominado pelo Uber.
“Os executivos das montadoras já têm consciência de que os veículos serão cada vez mais usados de forma diferente nos centros urbanos”, disse a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Susan Shahee.
“Nossa relação com o consumidor tem de ser feita da maneira como ele quiser: seja pelo modelo de venda tradicional, seja por um aplicativo de transporte ou por um serviço de carros compartilhados”, afirmou Mary Barra, presidente mundial da General Motors.
É exatamente isso que diversas fabricantes pensaram, elas decidiram não ignorar o novo comportamento dos consumidores que é uma poderosa tendência que veio para ficar. A própria GM criou uma unidade chamada Maven que oferece um serviço de aluguel de veículos para que usuários façam trajetos dentro da cidade. Em operação em algumas cidades americanas, também foi lançado de forma experimental no Brasil para os funcionários de sua fábrica no município de São Caetano do Sul, São Paulo. Através de um aplicativo os carros que ficam a disposição podem ser alugados, uma hora custa 35 reais e um dia todo 210 reais. A GM também investiu meio bilhão de dólares no Lyft, o maior rival do Uber nos EUA.
Além dela, a Ford lançou em Londres um serviço de compartilhamento chamado GoDrive. Já a Fiat Chrysler se uniu ao projeto de carros sem motoristas do Google para produzir 100 minivans autônomas até o fim deste ano.
Em nosso país a startup Zazcar também oferece serviço similar do Maven, e a Fleety conecta pessoas dispostas a alugar seus veículos com quem está buscando um automóvel – ela opera por enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis.
Não tem como negar que o compartilhamento de veículos diminui as vendas das montadoras, mas ficar preso a este fator é pensar apenas no momento presente, sem refletir sobre o futuro. Como aponta a consultoria McKinsey: até 2030 os serviços tecnológicos (compartilhamento, venda de apps para centrais multimídia, entre outros) serão responsáveis por uma receita de 1,5 trilhão de dólares – mais da metade do que as companhias faturam com a venda de veículos.
Os esforços para entrar neste novo mercado que ganhou destaque através do Uber são baseados em uma visão de futuro, algo essencial para que as empresas continuem a manter seus negócios ativos, isso também significa, se renovarem. Enxergar possíveis ameaças como oportunidade não deixa também de ser uma grande habilidade.
*Assunto baseado na reportagem da revista Exame
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