Ainda levará tempo para se ter privacidade na internet

Em uma entrevista reveladora a Folha de São Paulo – e também assustadora – o australiano Julian Assange, que possui uma trajetória nada passiva, faz sérias acusações ao Google e afirma com convicção que a empresa é uma grande aliada ao governo dos Estados Unidos quando o assunto é a espionagem em outros países.  Confira alguns trechos da entrevista:

“(O Google) não é só uma empresa de tecnologia. É a segunda maior companhia dos Estados Unidos, com conexões com o Departamento de Estado, trabalhando com projetos de inteligência nos últimos 12 anos.” Assange completa, “há conexões pessoais entre executivos da empresa e o estafe da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, candidata a Presidência em 2016”.

“Seu modelo é uma armadilha do serviço gratuito, oferecendo maneiras de pesquisa que parecem ser de graça, mas não são. É um anzol, e você é o peixe que morde a isca com informação pessoal… Mas o fato é que essa organização está levando a política externa americana para outros países.”

Julian Assange também alerta que o Brasil deve se proteger e buscar ser independente. “Ou o Brasil define suas instituições e tem o seu governo ou os EUA vão sempre encontrar uma maneira de meter os dedos no governo brasileiro.
O governo de Dilma Rousseff deve proteger a sociedade brasileira da ambição de outros Estados e das empresas conectadas com esses Estados”.

Assange vive desde 2012 asilado na embaixada do Equador em Londres. Em 2006 ele fundou o WikiLeaks – o site expos detalhes sobre envolvimento dos EUA nas guerras do Afeganistão e Iraque -; ele enfrenta com os EUA uma batalha jurídica em que é acusado de revelar documentos sigilosos. Em agosto, a Suécia expediu dois mandados de prisão contra ele o acusando de crimes sexuais. Sobre essas acusações, Assange afirma ser inocente.

Viu como tudo isso é assustador? Estou até agora tentando processar todas essas acusações a respeito do Google, se realmente for verdade tudo isso, estamos diante de uma imensa enrascada! O que eu não posso deixar de concordar é que o Brasil realmente precisa urgentemente se tornar mais independente sobre essas questões e proteger-se muito, muito mais.

Fonte: Folha de São Paulo