Conheça a Rosie, robô capaz de identificar o mau uso de verba pública por deputados federais. Ela já está em ação e, por enquanto, já conseguiu reembolso de mais de 378 mil reais.
Oito profissionais que incluem desde desenvolvedores a um jornalista e sociólogo criaram um software que analisa o uso abusivo da cota parlamentar. Pela lei, os deputados podem ter reembolso de gastos com refeições, combustíveis, material de divulgação do mandato, passagens, entre outros. O valor varia de acordo com o Estado, em Roraima o valor limite é de R$ 45,6, de apenas um mês. Em 2016, foram gastos R$ 211,2 milhões apenas com esses reembolsos.
Primeiro a Rosie identifica casos suspeitos, como pagamentos em um curto prazo de tempo em cidades muito distantes, compras feitas em cidades onde o deputado não estava no dia, valores extrapolados, etc. Depois uma pessoa analisa as informações e só assim encaminha a denúncia.
“A gente acredita que a corrupção não começa em milhões. A gente corta desde o início, no momento em que o deputado pode pedir uma nota fiscal para um taxista de R$ 80 quando ele na verdade gastou R$ 40. Se ele souber que tem alguém olhando, talvez não chegue a roubar dinheiro de merenda”, afirmou o desenvolvedor Irio Musskops, 23, idealizador do projeto.
O último mutirão que recebeu o nome de “Operação Serenata de Amor”, o software analisou mais de dois milhões de notas fiscais de forma automática. Foram feitas 629 denúncias contra 216 deputados da Câmera. O reembolso chegou a 378 mil reais.
A Folha citou alguns casos, como descreve: “Na última semana, “Rosie” questionou dois candidatos à presidência da Câmara. O deputado André Figueiredo (PDT-CE) gastou R$ 248,52 em novembro de 2014 na pizzaria Valentina, onde uma pizza grande custa hoje em média R$ 70. Para o reembolso, ele apresentou uma nota manual que descreve apenas “despesa com refeição”. Rogério Rosso (PSD-DF) recebeu R$ 294,69 por um almoço em maio de 2016. Foram consumidos quatro pratos, sendo três filés de costelas no Roadhouse Grill, em Brasília. Rosso disse que houve erro no reembolso e devolveu o dinheiro”.
Ler sobre esse assunto me entusiasmou bastante por ver a criatividade da nova geração para resolver esse tipo de problema tão antigo do Brasil, a tal corrupção. Ao mesmo tempo me deixa descontente ver tantos benefícios (diga-se aqui, reembolso) que não possui certa regularidade e, muito menos, uma fiscalização eficaz. Mas, sejamos positivos e acreditemos que esse tipo de iniciativa possa continuar dando certo e que novas surjam em nosso país. Que assim seja!
*Assunto baseado na reportagem do jornal Folha de S. Paulo
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