Nos últimos anos pensei mais em tecnologia do que em todos os outros 20 na presidência

 

Nas vésperas de passar o comando do maior banco privado do país, o Itaú, Roberto Egydio Setubal que há mais de duas décadas (22 anos) assume o posto de presidente, fala dos impactos que a tecnologia está trazendo para o sistema financeiro e o que a instituição está fazendo nesse sentido.

O maior desafio de Roberto antes de passar a presidência e assumir uma posição no conselho é aproximar o Itaú, uma empresa de mais de 90 anos, do modelo das startups financeiras (fintechs) que cada vez mais ganham força no mercado.

“Primeiro, algumas fintechs vão capturar nichos de mercado. Ao se especializar, elas podem fazer aquilo de forma mais eficaz que os bancos. Refiro-me ao fato de ser mais barata e mais adequada para o cliente”, explica Roberto. “Por capturar uma parte do mercado, elas vão pressionar a margem dos bancos. Já que estão competindo comigo em alguns serviços, oferecendo preços menores, eu terei também de reduzir meu preço para não perder minha fatia de mercado”.

Através de projetos como o Cubo (centro de empreendimento do Itaú), um coworking que reúne startups, empreendedores e investidores – atualmente há cerca de 50 startups, a companhia pretende trazer novas ideias e conceitos desse novo ecossistema para perto do banco. Mas não é só isso, a intenção também é transformar a estrutura do Itaú em um modelo próximo ao das startups, ou seja, mais simples, com menos custo e muita tecnologia.

“No caso dos bancos, a tecnologia tem um papel fundamental, porque ela pode tornar o atendimento muito menos burocrático […] Ela pode baratear muito o custo de fazer os serviços financeiros. Se você consegue melhorar a qualidade e tem menor custo, você fica mais competitivo”, disse Roberto.

Isso não se encaixa apenas os bancos, como também em diversos outros tipos de negócios. O interessante da tecnologia é que além de gerar uma experiência mais atual e moderna, ela traz mais praticidade nos serviços, tanto do lado das empresas como dos clientes. E é isso que vem fazendo as startups.

Você decide se vai olhar para as novas tendências e enxergá-las como uma grande ameaça aos seus negócios ou transformar esse sistema em oportunidades. Hoje de fato, não dá para deixar os avanços da tecnologia passar despercebido, pense em como a nova estrutura pode agregar valor aos seus negócios, pesquise no mercado, converse com clientes, mas não se acomode, em hipótese nenhuma.

 

 

*Assunto baseado na reportagem da revista Época Negócios

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