A exceção da internet brasileira

Apesar das grandes barreiras no Brasil para se criar negócios digitais relevantes, a Movile – uma desenvolvedora de serviços e conteúdos móveis – está bem próxima de se tornar a primeira empresa brasileira a chegar à casa dos bilhões em seu valor de mercado.

Impostos altos, falta de mão de obra qualificada e a enorme burocracia, são os grandes empecilhos que impedem que os empreendedores brasileiros consigam desenvolver grandes negócios. Porém, a Movile venceu essas dificuldades e hoje, o seu grande desafio é conseguir se manter diante de seus outros gigantes concorrentes, como Disney, Netflix e o Youtube.

A empresa oferece produtos às operadoras de telecomunicações, por exemplo, plataformas de envio de SMSs e gerenciamento de vídeos; e aos consumidores, caso de serviços agendados pelo smartphone, como entrega de comida. Mas a sua grande aposta está no seu aplicativo PlayKids que foi lançado em 2013. O app funciona como um Netflix infantil, no qual possui filmes animados e livros que podem ser acessados sem internet. Nos cem países que ele está, em 30 deles o PlayKids se tornou o app  infantil mais rentável do mercado. Daí a concorrência direta com aquelas gigantes.

A Movile possui 11 escritórios espalhados no Brasil, China, Estados Unidos e América Latina que somam mais de 700 funcionários. No total são mais de 50 milhões de pessoas no mundo que usam seus serviços. Estima-se ela fature nesse ano R$ 800 milhões.

Ter todo esse destaque no mercado com certeza também gera ainda maiores desafios. A Movile precisará investir muito mais e estar sempre pensando em novas criações para os seus negócios. Se depender de seu fundador, Fabrici Blosi, esse não será o problema. O empreendedor tem consciência do que virá pela frente e não excita em ousar. Para finalizar, achei uma frase interessante que Blosi citou na reportagem sobre como sua equipe chegou até o PlayKids. “Tentamos vários segmentos, porque ninguém sabe qual é o certo. O ponto não é acertar, é errar rápido”.

 

 

 

*Assunto extraído da Revista Época Negócios

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