Inovação do preconceito

 

A economia compartilhada se baseia em uma ideia colaborativa e humanizada, mas isso não foi suficiente para que problemas tão antigos como o do preconceito ainda se esbarrassem neste novo modelo.

Uma pesquisa realizada em 2015 pela Havard Business School mostrou que usuários que possuem nomes “reconhecidos” como da comunidade afro-americana têm uma chance 16% menos de conseguir aprovação de um pedido de reserva no Airbnb – plataforma que intermedia a relação entre quem está interessado em alugar quartos ou apartamentos e quem pretende acomodar viajantes -.

Casos de preconceito de raça, classe e gênero começaram a fazer parte de serviços da economia compartilhada, como o próprio Airbnb e o Uber – em que tanto motoristas e anfitriões fazem prejulgamentos antes de aceitar uma corrida. Nos Estados Unidos, esse problema fez surgir uma campanha promovida pela ONG ShareBetter com a hashtag #AirbnbWhileBlack (Airbnb branco preto, na tradução livre para o português).

“Minha reação foi de tristeza por saber que uma pessoa me definiu pela cor da minha pele, pelo meu cabeço, por meus traços”, disse Daniela Vasconcelos ao perceber que o dono de um imóvel no Airbnb estava negando que ela alugasse o apartamento, enquanto seu namorado (branco) fez a mesma tentativa e a vaga foi concedida.

Causa desgosto perceber que esse tipo de preconceito (assim como qualquer outro) ainda se faz presente em nossa realidade. Caramba estamos no século 21! É também tão contraditório que isso ainda afete um modelo econômico que nasceu com uma proposta totalmente diferente, no qual além da preocupação com o meio ambiente há o incentivo da socialização – e da confiança – entre as pessoas.

 

 

 

 

*Assunto baseado na reportagem da revista Galileu

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