Mão amiga

“Parte do desafio é fazer a comunidade médica e o governo entender que as coisas estão mudando muito rapidamente, que a tecnologia está acontecendo, é muito melhor tentar se adaptar do que tentar parar esse movimento”, fala o economista da saúde Robert Graboyes, pesquisador no Mercatus Center, em Washington, EUA.

Robert defende sobre a chamada medicina participativa. Um novo movimento que tem atualmente se destacado principalmente através da impressão de próteses em 3D. Conheça um pouco dessa história.

A e-NABLE é uma fundação sem fins lucrativos nos Estados Unidos, fundada por Jon Schull, professor de inovação e interações homem-máquina no Instituto de Tecnologia de Rochester, EUA. O objetivo da fundação é conectar donos de impressoras 3D e pessoas com mãos e membros superiores amputados ou não desenvolvidos. Essa ligação acontece por meio de um mapa no Google, que em abril deste ano, já contava com 3 504 voluntários. Já foram mil mãos entregues para 700 pessoas diferentes, a maioria crianças.

A Microsoft também é apoiadora desse meio através do programa Collective Project que ajuda a Limbitless Solutions, uma equipe de estudantes e voluntários da Universidade Central da Flórida, e que trabalham em braços robóticos desenvolvendo sensores eletromiográficos (EMG) capazes de interpretar os pulsos elétricos do bíceps e transformá-los em ação mecânica.

Todos os arquivos e as descobertas são livres e sem direitos autorais, por isso as pessoas – isso inclui os voluntários da e-NABLE – possam adaptar os braços mecânicos ou eletromecânicos para casos específicos. O código aberto representa uma revolução na área da medicina, “um mundo em que todos são pesquisadores com a possibilidade de trazer impactos positivos, criando uma comunidade de ajuda mútua”, essa é chamada medicina participativa, como cita a reportagem.

Aqui no Brasil, a professora de engenharia biomédica na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Maria Elizete, faz parte da e-NABLE e conseguiu uma parceria com a Rede de Habilitação Lucy Montoro para desenvolver 100 próteses para amputados da região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

Mesmo sem recursos de instituições de fomento, a professora trabalha com um grupo de iniciação científica e pós-graduada na impressão de mãos de plástico.

E como ‘nem tudo são flores’, Elizete diz: “a e-NABLE não se expande mais no Brasil pela falta de impressoras, já que são muito caras, e pela legislação que não permite. Já procurei a Anvisa para ver o que preciso para estar dentro da lei. Não existe lei para isso. É preciso fazer, testar e brigar por uma regra”.

Fica extenso trazer tudo aqui pra vocês, mas há outras histórias interessantes na matéria que retratam o crescimento, além da importância desse tipo de movimento. Infelizmente há barreiras a serem vencidas, como as regulações – ou a falta delas – e os fatores econômicos.

Fica até a ressalva de como o incentivo do governo seria de extrema importância para conseguir diminuir esses empecilhos, seria um apoio ainda mais forte para que essa comunidade de voluntários cresça e se fortifique mais.

Tenho a impressão que muita gente constantemente fica imaginando coisas que poderiam fazer para ajudar o próximo, mas que infelizmente não vão adiante. Por isso eu trago esse tipo de história para que vocês, assim como eu, possam se inspirar. Há muita gente e empresas por aí querendo ajudar, às vezes falta só um empurrãozinho para isso.  E por que não ser você esse pontapé inicial?

 

 

*Assunto extraído da Revista Info

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