Comentário da matéria “Classe média busca seu primeiro tablet”
Jornal Valor Econômico
Todo jovem tem uma lista de sonhos de consumo: o primeiro carro, a casa própria e por que não o seu “tablet”. A pesquisa IDC confirma que a demanda pelo aparelho cresceu 233%, para 2,9 milhões de unidades, resultado do anseio da classe média pelo dispositivo móvel.
Entretanto, o iPad, tablet pioneiro no mercado, ainda é um sonho distante de muitos. Por isso, muitos preferem por um modelo mais barato. A mesma pesquisa esclarece que no acumulado de janeiro a setembro deste ano, 52% das vendas foram de tablets de até R$ 1 mil.
Agora, a líder é a mineira DL, de Santa Rita do Sapucaí, que passou à frente da empresa de gigantes como Apple e Samsung, ao oferecer tablets a partir de R$ 399. O produto tem sua qualidade questionável: a configuração do tablet da DL passa longe dos aparelhos das multinacionais. O modelo HD7, líder de vendas da DL, tem 4 gigabytes de memória interna e tela com diferentes camadas, o que retarda a resposta aos comandos.
A empresa reconhece que a qualidade é inferior à de aparelhos de primeira linha, mas Xu se defende e garante que 70% das mais de 800 ligações que recebe por dia na sua central de atendimento são dúvidas simples, de pessoas que não sabem sequer ligar o aparelho. “Tem gente que nos ligou para perguntar para que serve um tablet”
Tal retrato mostra que o brasileiro tem anseios por novas tecnologias e que quer se adaptar às novas tendências. O mercado responde ao criar soluções que caibam no bolso de todos os clientes. De certa maneira, presenciamos uma inclusão digital, mas devemos nos atentar até que ponto o mercado não estimula somente o consumismo.
Políticas sérias e comprometidas devem partir da iniciativa pública, a fim de regulamentar e fiscalizar as indústrias e operadoras. De mãos dadas com as empresa, é possível popularizar o acesso à tecnologia, como foco em uma inserção digital que provoque desenvolvimento econômico e redução das desigualdades sociais.
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