Comentário da matéria “A íris de cada cidadão”
Revista Veja
Embora represente a décima economia mundial, a Índia encontra-se profundamente mergulhada em diversos problemas sociais. Fome, miséria, falta de infraestrutura e saneamento básico fazem parte do cotidiano de milhões de indianos. Ainda que existam iniciativas governamentais de erradicação da pobreza, o segundo país mais populoso do mundo enfrenta um grande obstáculo na implantação de políticas sociais: 400 milhões de pessoas na Índia não possuem documento de identidade ou, simplesmente, não existem. Isso impede a participação dessa imensa fatia da população nos programas de combate as desigualdades e facilita a corrupção por tornar viável o desvio das verbas destinadas a esse fim.
Para driblar esse impasse, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Um projeto desafiador e ao mesmo tempo gigantesco está sendo implantado na Índia. Trata-se do maior e mais avançado banco de dados do globo e tem como função recolher as impressões digitais, íris e fotografia dos cidadãos para armazená-las em um banco de dados biométrico. A iniciativa permitirá que milhões de indianos tenham um documento de identidade pela primeira vez. O programa atingirá 200 milhões de cadastrados e estima-se que esse número triplique até o final do ano.
Mais do que identificar os cidadãos, a ação busca implantar uma nova realidade na Índia. Espera-se, com o cadastramento, a diminuição da economia informal, bem como o aumento da participação econômica e da arrecadação estatal, o que traduzido em números, renderá mais de 15 bilhões de dólares aos cofres públicos por ano.
A tecnologia, quando estrategicamente utilizada, é uma grande ferramenta para que líderes promovam melhorias sociais. Nações que detem a patente de inúmeras tecnologias e soluções inovadoras, devem se manter atentas ao compromisso ético com a sociedade, promovendo uma cidadania global entre os povos.
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