A internet faz mal ao cérebro

Comentário da matéria “A internet faz mal ao cérebro

Revista Época, 01/11/2011

 

“Menino, sai deste computador e vai brincar lá fora” – Esta pode ser uma frase que você já tenha ouvido de uma mãe. Despretensiosa talvez, a mãe só queira que o filho tome um pouco de sol e possa construir relacionamento com outras crianças. Entretanto, a influência do uso demasiado da internet é visto com receio por especialistas e pesquisadores renomados, do mundo todo.

A Revista Época traz à tona a experiência de Nicholas Carr, autor do livro The shallow – What the internet is doing to our brains (Os superficiais – O que a internet está fazendo com nossos cérebros). Para ele, a exposição constante às mídias digitais está mudando para pior a forma que pensamos, devido à superficialidade e a multiciplicidade de assunto que tratamos de uma só vez.

Concorda com a teoria de Carr, o professor da Universidade Emory, na Geórgia, Baurlein, e a jornalista Maggie Jackson. A hipótese é de que a internet impacta no poder de concentração das pessoas. Os 140 caracteres que se podem escrever no Twitter, ela acredita, geram pensamentos máximos de 140 caracteres.

Cientistas chineses analisaram um grupo de adolescentes que ficavam on-line várias horas e perceberam que regiões cerebrais encarregadas do autocontrole e da capacidade de concentração numa única tarefa apresentavam um tamanho menor que a média. A explicação para os pesquisadores está no conceito de neuroplasticidade – ou seja – a capacidade dos neurônios de criar novas conexões ou de reforçar as já existentes, em resposta as experiências do dia-a-dia.

Diante de perspectivas negativas, existe o outro lado. A maior parte da inovação científica e tecnológica do último milênio foi produzida em centros urbanos abarrotados e cheios de distrações. As idéias são frutos da interação e dos ambientes de conexão – descrição ideal para a internet.

O ambiente on-line é uma imensa sala, onde estão as pessoas de todo o mundo, com a intenção de compartilhar informações e experiências. Se dosada, a internet traz benefícios incalculáveis à formação intelectual do ser humano. Na prática, destaca-se o fato de que as sociedades mais interconectadas do mundo são também as que apresentam melhores índices de desempenho na educação, como é o caso da Finlândia, Dinamarca, Austrália e Coréia do Sul.

A escrita, a televisão e outras invenções já foram temidas pelos antepassados e hoje são tecnologias inerentes ao ser humano. Eu acredito nos benefícios de um uso racional da internet e sou um entusiasta da convergência digital – uma verdadeira simbiose das tecnologias disponíveis, a fim de horizontalizar a comunicação, socializar o conhecimento, estimular o potencial criativo e fortalecer a democracia.

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