Banda larga põe em xeque futuro do SMS

Comentário da matéria “Banda larga põe em xeque futuro do SMS”

Jornal Valor Econômico, 10/06/2011

Comunicar via mensagens de texto já é uma prática comum entre os usuários de celulares. Entretanto, a novidade do momento está nos aplicativos de mensagens instantâneas e gratuitas para os aparelhos móveis.

Nesta semana, Steve Jobs, anunciou que uma das prioridades da Apple é a atualização de seus aplicativos de mensagens de texto instantâneas. Outras marcas, apresentam recursos semelhantes como o Black Berry Messenger, WhatsApp e o MSN Messenger.

Conforme anunciado pelo Jornal Valor Econômico, no dia 10 de junho, o posicionamento das marcas reforça a tendência do uso das mensagens de texto em nossa sociedade pós-moderna, devido ao seu caráter prático, fácil e efetivo.

Tal contexto, nos faz questionar o futuro do SMS – a tradicional mensagem de texto comum no Brasil e em diversos países. As operadoras de telefonia percebem uma evolução dos aplicativos que permitem a transmissão de dados, entretanto, isto não chega a ser uma preocupação primordial. “Por enquanto as operadoras brasileiras vêem um convívio pacífico entre as duas tecnologias”.

Apesar de estar em ascensão, o sistema de aplicativos de mensagens instantâneas depara-se na necessidade de conexão à internet. Em países em que a banda larga não está massificada, o SMS ainda é um dos principais meios de comunicação, quando se trata de aparelhos móveis. Maior prova disso é o exemplo do continente africano, em que o mercado de celulares é o que mais cresce no mundo, com aparelhos simples e comunicação baseada em mensagens de texto.

Na África, o SMS inaugurou o conceito de dinheiro móvel mais eficaz do mundo, o M-Pesa. Em quatro anos de operação teve a adesão de 35% da população do país (ou 14 milhões de pessoas) e movimenta 17 milhões de dólares por dia. As pessoas recebem dinheiro pelo celular e trocam por moedas, este é o princípio. Os torpedos, na África, também se transformaram em meio de organização política, multiplicando informações sobre agricultura, saúde e educação.

O continente africano deu um salto direto para os celulares, sem passar pela telefonia fixa. Há oito anos, apenas 5% dos africanos possuíam um celular. Esse número subiu para 41,4% em 2010. Em um país carente, planos populares para comunicação móvel transformaram o cotidiano das pessoas e melhoraram a forma de comunicação. Em contrapartida, o gargalo está na expansão da internet, já que menos 5% da população têm acesso à rede.

Expandir a internet é hoje o grande desafio para a África e diversas outras nações. Sem a conexão, a população restringe-se a poucas formas de comunicação, sem experimentar da tendência mundial, que é a digitalização. É comprovado que a banda larga é um ponto-chave para o desenvolvimento econômico; seu acesso universal promove a educação de qualidade, compartilha conhecimento científico, melhora a coesão social e promove a diversidade cultural.