iPad: Um negócio da China

Acompanhamos pelos noticiários, a informação de que o iPad será produzido no Brasil. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, afirmou que até o final de novembro deste ano já teremos os primeiros tablets da marca Apple montados aqui, em nosso país.

O anúncio de Mercadante aconteceu em meio à viagem da presidente Dilma Rousseff à China recentemente, que manteve uma postura diplomática semelhante ao comportamento de Lula, quando também passava por países com economia e política social polêmica.

A Foxconn, fábrica de produtos da Apple em regime de terceirização na China, anunciou um possível investimento no valor de 12 bilhões de dólares para a produção de telas para tablets e celulares, em nosso território. “Orientados pela estratégia de estar onde o mercado está, há muito tempo estudamos as oportunidades de investimento no Brasil”, revela comunicado oficial da Foxconn sobre os investimentos no Brasil.

Nosso país receberá uma montadora de grande porte, que oportunizará a criação de inúmeros empregos, dos mais diversos escalões. Além disso, o iPad “Made in Brazil” sairá mais barato que o importado para o brasileiro, o que significa benefício direto ao consumidor. Em um país reconhecido como um dos maiores consumidores de produtos tecnológicos, será de grande valia poder ter facilidades na hora da compra, seja pelos valores reduzidos ou proximidade da fábrica.

Toda esta dinâmica trará benefícios aos países envolvidos. Porém este é só mais um passo para a internacionalização e o desenvolvimento dos negócios brasileiros, tendo como princípio uma economia pujante da sociedade. Ter uma fábrica de montagem é uma oportunidade de aprendizado. Entretanto, é preciso se manter atento para o fato de que a geração de commodities traz um crescimento ponderado ao país, fazendo com que o maior lucro volte à origem do investidor. Esta é uma relação semelhante ao colonialismo, dos séculos XV e XVI. É preciso que o país aproveite e apreenda com esta experiência para em um futuro breve subsidiar empreendimentos mais sustentáveis ao país.

Quando os Estados Unidos enfrentava as conseqüências da crise de 2008, o presidente Obama fez o discurso se referindo à capacidade da economia americana de sair da crise e voltar a crescer, ele lembra: “este é o país do Google, do Facebook, dos iPhones e iPads”. Nenhum dos itens citados pelo Obama é fabricado nos Estados Unidos, mas eles são os maiores beneficiados com a criação de seus produtos revolucionários. O capital intelectual americano realizou feitos inéditos e inovadores. Agora, as montadoras são responsáveis pela produção de commodities.

Investimento em ciência e inovação. Esta é a receita para colocar nosso país não só como consumidor de tecnologia de ponta, mas gerador da mesma. Somos a maior economia da América Latina e temos opotencial de engrandecer nossos produtos do quesito qualitativo, agregando valor e fazendo-os serem mais admirados pela comunidade internacional. Nossos jovens profissionais e cientistas, bem como os novos empreendedores, devem ser estimulados constantemente, através do foco na educação de qualidade. E a criatividade e a flexibilidade do brasileiro devem ser respeitadas pela empresa, como ação estratégica nos planos de inovação do país.

Artigo publicado em 07/05/2011 no Jornal O Popular

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