Você se lembra quando acessou a internet pela primeira vez?
Se você se lembra ou até mesmo não se lembra, este é um indicativo de que você faz parte de uma camada privilegiada da sociedade goiana e não está inserida nos quatro milhões de goianos off-line, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (Ipea) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Goiás tem hoje 407.872 pontos fixos de banda larga. Pode parecer muito, mas 60,2% desses pontos estão localizados na região metropolitana de Goiânia (GO) e 50,46% destes ficam somente na capital. Ou seja, 68% da população goiana não está conectada a rede mundial de computadores.
Quando partirmos para uma análise domiciliar, nos deparamos com o índice impressionante de que 81% das residências goianas não têm acesso à internet. Além disso, dentre as poucas casas que estão conectadas, 23,38% delas navegam na ultrapassada conexão discada, que além de ser muito lenta ainda ocupa o telefone.
A média nacional é de que 20,8% das residências brasileiras estão conectadas à internet. Atualmente, Goiás ainda apresenta um retrato aquém: somente 18% das casas goianas têm a tecnologia adequada para se conectar à rede mundial de computadores.
Mas um programa está sendo implantado para mudar essa realidade. “Goiás Conectado” é uma iniciativa do governo estadual que pretende popularizar os planos para contratação de serviços de internet diretamente com as operadoras. O propósito é promover a inclusão digital e democratizar o acesso à banda larga.
Através da isenção do ICMS é possível estimular que as operadoras ofereçam planos de banda larga com qualidade, mas com preços que cabem no bolso da maioria da população, principalmente às pessoas que já participam de programas sociais, como o Renda Cidadã e o Bolsa Universitária. Ao longo do tempo, espera-se que as operadoras baixem ainda mais este valor em função da concorrência e do crescimento da base de clientes.
A inclusão digital é uma ferramenta comprovada para inserir o cidadão na sociedade pós-moderna, em que instantaneidade garante uma comunicação mais democrática, a participação social, melhoria da qualidade de vida e centros urbanos modernos e inovadores.
Com a internet, existe uma mudança no eixo. Na educação, a rede é um meio de inovar e difundir novas formas de aprendizagem. O cuidado com o meio-ambiente e a valorização cultural também passam hoje pelo ambiente virtual. O cidadão incluído digitalmente passa a ser um agente transformador. No processo comunicacional, ele ganha a voz e passa a ser emissor de mensagens.
Com a inclusão digital, o cidadão também pode acompanhar mais de perto as contas e os trâmites do Estado. A digitalização de arquivos e processos só é viável se a população estiver capacitada para acompanhar os dados e lidar com a internet. Esta novidade, conhecida como e-Gov ou Governo Eletrônico aproxima Estado do cidadão, agiliza o atendimento, desburocratiza e proporciona transparência.
Este novo ser, inserido na era digital, é o profissional do futuro. Conectado à aldeia global, autor de suas idéias, gerador de informação e conhecimento, o cidadão é o diferencial que fará seu Estado crescer economicamente e estabelecer uma sociedade evoluída.
Esta afirmação só é sinal do que já ficou comprovado pelo Banco Mundial: um aumento de 10% da população que entra na banda larga leva a um crescimento de 1,38% no Produto Interno Bruto (PIB). A internet é a opção acertada para garantir empregabilidade e aquecer o mercado com o comércio de produtos eletrônicos.
Com medidas reais e eficientes, além da vontade pública, é possível reverter o atual quadro digital no Estado de Goiás. Mais do que um programa tecnológico, Goiás Conectado é uma iniciativa sistêmica que favorece o crescimento do cidadão, nos aspectos humano e social, tornando-o mais preparado para o mercado e para a vida.
Artigo publicado em 16/04/2011 no Jornal O Popular com o título Inclusão Digital
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