Redes sociais, caras-pintadas?

Comentário sobre a matéria “A luta pela liberdade espalha-se nas nações árabes e no Oriente Médio“.

— Isto É, nº 2154 – 18/02/11

Você sabe o que significa esta expressão aí?

Este foi o termo utilizado para definir os jovens rebeldes da situação política que o Brasil se encontrava nos anos 90. Revoltados com as notícias sobre as denúncias de corrupção do governo Collor, a população se embebedou dos exemplos que estavam em nossa história, em busca da democratização pública. O povo foi à praça se manifestar e em conjunto conseguiu o impedimento do presidente em seu posto.

Esta foi a fórmula acertada pelos brasileiros. Entretanto, em menos de duas décadas, os caras-pintadas ficaram bem defasados, quando o assunto é amplitude de movimentos pró-democráticos.

Atualmente, existe uma onda democrática que se alastra nos países árabes e é noticiada todos os dias. Através das imagens, vemos a população ir às ruas gritar por um novo modelo de governo. Só que neste cenário atual, os manifestantes ganharam como aliado uma nova tecnologia, instrumento poderoso que amplifica o barulho feito pelos manifestantes.

O primeiro governo a ruir diante das manifestações populares foi o da Tunísia, que hoje está sob um governo de transição. No dia 11 de fevereiro, os protestos levaram à renúncia do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Atualmente, manifestantes no Yemen exigem a saída imediata do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos. Na Argélia, a população também está organizada para pedir em praça púbica a democratização.

A imprensa tenta acompanhar todos estes movimentos pró-democráticos, mas muitas vezes são barrados pelos governos autoritários. O papel de comunicação mesmo fica com os próprios manifestantes, que utilizam das redes sociais para ganharem novos aliados e assim fortalecer o movimento.

O mundo acompanha os combates através de vídeos e fotos feitos pelo celular. O Twitter é uma grande ferramenta que em tempo real tem nos inserido no contexto das zonas de conflito. Muitos brasileiros não vivenciaram tão de perto os caras-pintadas, mesmo se tratando de uma realidade muito mais próxima.

Todo este cenário demonstra que a rede social já ultrapassou o sentido virtual. Ela canaliza situações, aproximando em escalas nunca antes imaginadas.

É através das redes sociais que a humanidade está dando passos em sua história. Cabe agora, a quem liderar o povo recém-libertado dos governos autoritários, estar ciente de que o cidadão está munido de consciência democrática e possui modernos megafones, que fazem a mensagem chegar aos lares de cada pessoa do planeta.

Os espaços de convivência, que sempre existiram em nossa sociedade, estão explicitamente existentes na internet, através das redes sociais. Neste contexto, a população por estar conectada está muito mais próxima. Os movimentos contemporâneos são abraçados por toda uma legião de pessoas, que ligadas nas redes sociais, fortalecem uma efetiva democracia.

Reilly Rangel

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