Comentário da matéria “Nova rede do Google preocupa Hollywood”
Jornal Valor Econômico
Você já ouviu falar do Google Fiber? Este é um projeto audacioso da gigante Google que pretende levar acesso à internet em altíssima velocidade para comunidades específicas nos Estados Unidos e, no ano seguinte, selecionou Kansas City para começar.
O Google já instalou mais de 160 quilômetros de cabos de fibra óptica entre os postes de Kansas City, no Kansas, e Kansas City, no Missouri, e espera conectar as primeiras residências nos próximos meses. Uma rede em fase de testes atende a cerca de 850 residências em um bairro ligado à Universidade de Stanford, em Palo Alto, Califórnia, e já oferece velocidades para baixar arquivos a impressionantes 922 megabits por segundo. Com esta velocidade, é possível baixar um DVD em menos de 1 minuto ou um Blu-ray de alta definição em cinco minutos.
Segundo o Google, o objetivo do projeto é criar um ambiente com internet de alta velocidade para rodar aplicativos de web mais rápidos e melhores. “Esperamos que velocidades maiores, na verdade, facilitarão a entrega e a transferência de mais conteúdo autorizado” afirma Jenna Wandres, porta-voz do Google Fiber.
Os cidadãos dos Estados Unidos animam-se com a oportunidade de experimentarem uma velocidade tão rápida. Entretanto, não são todos os segmentos que estão felizes. A reportagem do Jornal Valor Econômico nos mostra como o Google Fiber tem tirado o sono da indústria cinematográfica Hollywoodiana. Existe um temor de que uma internet tão rápida estimule o download e o compartilhamento de conteúdos piratas.
Esta não é a primeira vez que há atrito entre as gigantes da web com as indústrias do entretenimento. No início do ano, sites importantes como Google, Wikipedia e Craigslist provocaram manifestações ou interrupções de serviços para protestarem quanto aos projetos de lei, o Stop Online Piracy Act (pare com a pirataria on-line, em tradução livre), conhecido como Sopa, e “Protect IP Act” (ato para proteção da propriedade intelectual), chamado de Pipa.
. Ambos os projetos de lei visam combater a pirataria na internet e estavam sintonizados aos interesses das indústrias do cinema e da música. Por fim, o Congresso norte-americano anunciou o adiamento da votação do projeto do Pipa e deixou “em espera” o Sop, por falta de consenso entre os parlamentares.
Respeitar o direito autoral é uma premissa para toda forma de produção e acesso ao conteúdo. Entretanto, a propriedade intelectual não pode ser considerada um freio quanto à massificação da internet. A inclusão digital das pessoas também pode ser considerada, na contemporaneidade vivida, um direito ao cidadão, nos parâmetros de capacitação profissional e reconhecimento social.
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