A área de tecnologia da informação (TI) é sabidamente importante recurso para construção e aprimoramento social-histórico de uma sociedade. O desenvolvimento deste setor é ponto estratégico no crescimento de uma região. A excelente experiência do Porto Digital, localizado em Recife, no estado de Pernambuco, comprova que, se bem estruturado, o ramo de TI é importante pilar na melhoria econômica e social de uma localidade.
O empreendimento, que tem dez anos de existência, deriva de um projeto de desenvolvimento econômico da região e compõe um sistema local de inovação. Atualmente, há cerca de 130 instituições instaladas entre empresas, serviços especializados e órgãos de fomento. Gera quatro mil empregos e, sozinho, corresponde a 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado de Pernambuco.
Por isso, o esforço para desenvolver um conjunto de reivindicações que contribuam com o desenvolvimento de Goiânia (GO), transformando-a num Polo Tecnológico. E também por isso, a preocupação em não permitir que nossa cidade tenha condições que afugentem daqui empresas da área de TI, que deveriam colaborar com todo o cenário de crescimento do setor no e com o município.
O ponto de partida é, a exemplo do Porto Digital, apresentar benefícios que nos permitam somar esforços daqueles que querem fazer parte da construção desta história. É totalmente discriminatório e inibidor um cenário de desigualdade tributária. Como competir numa região onde cidades vizinhas apresentam tributação do Imposto Sobre Serviço (ISS) tão discrepantes?
No entorno de Goiânia, esta alíquota é de 2%. Na região da Estação Digital, no centro da cidade, idem. No restante do território da capital goianiense, 5%. É preciso igualar este imposto, e permitir que as empresas do setor, que foram estruturadas aqui, aqui possam permanecer, crescer, “plantar e colher”.
Esta ação possibilita a atração de novos empreendimentos, impede a migração dos antigos para outros locais e traz de volta aquelas que já foram para as proximidades. Isso mantém as atuais empresas na cidade, aumenta investimentos, gera empregos e potencializa a criação do Polo Tecnológico.
Muito maior do que um simples centro de inteligência e desenvolvimento, este Polo pode ganhar ares de revitalização, também, urbana. A transformação de espaços abandonados ou mal utilizados em locais de fomentação econômica e social modifica áreas na cidade, modifica o setor de TI e a vida daqueles que vivem direta ou indiretamente desta atividade.
A necessidade de abrigar empresas incubadoras de tecnologia da informação em um único espaço poderia ser resolvida com a ativação da antiga Casa de Prisão Provisória (CPP), localizada na Avenida Independência com a Rua-66, no Centro, para convertê-la em centro de tecnologia e inovação.
Perto das zonas de escoamento da cidade (marginais, rodoviária e aeroporto) e relativamente próximo das principais instituições de ensino da capital, a CPP tem vários atrativos estruturais para se tornar Polo Tecnológico. Congruente com esta colocação, empresas em atividade poderiam ser alocadas em local bem próximo, no Parque Agropecuário de Goiânia (Pecuária), que em breve será desativado e pode, então, tornar-se uma expansão do Polo Tecnológico Goiano.
Esta iniciativa, ressalto, precisa ser amparada pelo tão importante tripé, composto por governo, nas esferas municipal e estadual, instituições de ensino e empresas. O presidente do Porto Digital, Francisco Saboya, relata que o empreendimento é resultado de “uma política pública construída por um esforço coordenado por visões convergentes entre governos, universidades e empresas. A entidade é privada, e implementa políticas públicas não exclusivas de governo. O Porto Digital é um instrumento a serviço da causa pública”.
Por isso, o poder público precisa investir em infra-estrutura, reformar estes espaços e colocá-los em condições para que as empresas possam se instalar com pequeno custo de locação. Em contrapartida, empresas vão se unir para tornar real o desenvolvimento destas regiões, do setor de TI, e da cidade. Ganham nossa economia, ganham nossa sociedade. Ganhamos capital humano, empreendedorismo, competitividade, educação, políticas públicas com resultados efetivos, know how, desenvolvimento e vocação tecnológica.
Reilly Rangel
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