A guerra da inteligência artificial

 

Nós escutamos tantas coisas a respeito da inteligência artificial (IA) que é quase inevitável não nos assustar. Se até mesmo personalidades como Bill Gates, Elon Musk e Stephen Hawking alertam sobre o seu rápido desenvolvimento. O que nós simples mortais devemos pensar?

Somente Elon Musk está financiando 37 projetos de pesquisa a fim de compreender a inteligência artificial e criar mecanismos de defesa. Ele mesmo já afirmou. “Ela é mais perigosa do que as armas nucleares”.

Em junho, um programa de computador (um software chamado Eugene) conseguiu passar no Teste de Turing: a prova que determina se uma máquina pode enganar um humano, levando-o a pensar que está conversando (via chat) com outro humano. Contudo, há muitos cientistas que discordam que Eugene tenha passado no teste, um dos motivos é que tudo depende de como interpretamos a previsão feita em 1950 pelo matemático Alan Turing, o pai da computação.

Outro fato marcante foi um teste de consciência realizado com um robô, no Rensselaer Polytechnic Institute, de Nova York. Na experiência cientistas pegaram três robôs e programaram a seguinte instrução na memória deles: “Dois de você ficaram mudos”. Normalmente os robôs ficavam calados, mas então um deles disse: “Desculpe. Eu sei a resposta agora. Eu não estou mudo”. Pela primeira vez a máquina tomou consciência de que existe, e pensou sobre isso.  

A reação do robô só foi possível graças ao modelo de rede neural artificial (o caminho mais promissor da inteligência artificial), que tenta criar máquinas capazes de responder por si próprias. Funciona assim: em vez de programar um conjunto de regras em seu sistema, você o deixa aprender sozinho, por tentativa. É como nós humanos que desde pequenos nos é ensinado o que é certo e errado, e então passamos a adotar e diferenciar os comportamentos bons e os ruins. A rede neural artificial funciona dessa mesma forma, além disso, se as circunstâncias forem modificadas os robôs também conseguem se ajustar a elas e evoluir sozinho. – Ao mesmo tempo que tudo isso é tão incrível, também soa assustador!

Enquanto muitos vibram com o rápido progresso da IA, outros se opõem a esse movimento e pedem cautela. Para nós que não estamos dentro das gigantes globais de tecnologia e seus laboratórios de pesquisa, é ainda mais difícil pressupor como será o nosso futuro. Será que as máquinas vão dominar os humanos ou tudo isso não passa de muita ‘tempestade em um copo d’água’? Enquanto houver apenas especulações ou experimentos que não comprovem certamente o perigo real da inteligência artificial, a gente continua se divertindo e enchendo as salas de cinema que retratam o futuro da nossa humanidade.

 

 

*Assunto extraído da Revista Super Interessante

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