O clube dos indianos

 

Executivos nascidos na Índia estão ocupando os mais altos cargos em empresas globais. Mas com tanta desigualdade no país e milhares de pessoas que vivem na pobreza, como isso será possível? Veja algumas razões que caracteriza a Índia como o segundo país que mais exporta presidentes de empresas.

Dentro da área de tecnologia, quem assume atualmente esses cargos de liderança são: Sundar Pichai, presidente do Google; Rajeev Suri, presidente da Nokia; e Shantanu Narayen, presidente da Adobe. Fora desses setores, Ajay Banga é o líder da Mastercard e Indra Nooyi da Pepsico.

Algumas explicações desse sucesso segundo a Revista Exame:

  • Quase todos esses executivos atuam em países de língua inglesa, o que é uma porta de entrada para indianos que dominam o idioma desde a infância, em razão da influência de 89 anos de colonização britânica.
  • Eles lideram companhias com uma complexa operação global, o que cria oportunidades para profissionais estrangeiros.
  • Os indianos que migram para o exterior possuem um alto nível de qualificação. Segundo o centro de pesquisa Pew, 70% deles têm diploma de ensino superior – nível muito acima da média americana, de 28%.
  • A construção de uma longa carreira. A maioria está há mais de 15 anos nas companhias que lidera.

“Esses executivos reúnem inteligência, eficiência, profissionalismo e também humildade”, diz Saibal Chattopadhyay, diretor do Instituto de Administração de Calcutá.

“A competição da Índia é muito alta, e os jovens são incentivados desde cedo a estudar fora do país para conseguir boas posições nas empresas e ter um bom padrão de vida”, afirma Vinod Thomas, diretor da Universidade Manipal.

“Em geral, os indianos que se mudam para os Estados Unidos vêm com o propósito de fazer carreira e são mais abertos ao risco”, explica Vivek Wadhwa, professor da Universidade de Stanford.

É até confuso pensar que um país no qual 267 milhões de pessoas estão abaixo da linha da pobreza possui grandes nomes que fazem sucesso mundo a fora. Se por um lado alguns jovens da Índia são incentivados a conseguir um grande futuro, muito infelizmente outra enorme parcela da população não tem nenhum tipo de oportunidade. A Índia já deve ter entendido que mesmo em meio a tanta desigualdade é possível sim produzir mentes brilhantes – e essa é também uma lição para todos nós -. Talvez seja esse o grande desafio do país: vencer as barreiras da desigualdade e cultivar desde cedo em outros milhares de indianos o sonho de alcançar grandes objetivos.

 

 

*Assunto extraído da Revista Exame

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