Sangue novo no governo

Em uma brilhante iniciativa, a ONG Vetor Brasil possui a missão de levar jovens bem qualificados para atuar como trainees em órgãos públicos. O projeto ganhou destaque: milhares de jovens sentem-se atraídos para contribuir com o governo, renomadas instituições apoiam a ONG, e os gestores públicos que chefiam os trainees mostram satisfação com essa experiência.

A ONG Vetor Brasil nasceu em 2009 com o objetivo de usar o conhecimento de recém-formados em universidades para criar planos de desenvolvimento de pequenos municípios. No ano passado, seus fundadores começaram uma nova fase com a criação de um programa de trainees para conseguir que os jovens trabalhem em secretarias de governos estaduais e municipais.

Em 2014, 12 trainees foram alocados em São Paulo, Pará, Goiás e em Salvador. Neste ano, 35 jovens foram selecionados para trabalhar nos órgão em 2016. Para isso, a ONG tem o apoio de fundações empresariais, como o Instituto Natura e a Fundação Lemann, e por executivos de consultorias de gestão, como a de um dos fundadores, Lyra Neto, que hoje trabalha na Falconi, uma das maiores consultorias do país.

“Os trainees trouxeram um raciocínio mais analítico, de bom uso de dados, que faz falta numa Secretaria de Educação”, afirma Guilherme Bellintani, a frente da Secretaria de Educação de Salvador. A matéria cita que por enquanto, todos os gestores públicos que lideraram os jovens mostraram interesse para mantê-los após o fim do programa.

Se tem uma coisa que eu gosto muito de ler, são matérias inspiradoras. Essa sem dúvida foi uma delas. Atrevo-me a dizer que a maioria das pessoas que planejam trabalhar nos órgãos públicos, fazem essa opção devido à segurança e a boa remuneração que essas carreiras podem proporcionar. Para os cargos comissionados, sem uma boa indicação política fica mais difícil conseguir uma vaga. Há décadas o Brasil funciona dessa maneira e é uma tarefa delicada mudar isso, mas jamais impossível. A ONG Vetor Brasil é um grandioso exemplo que começa a interferir nesse sistema, não só ao dar oportunidade para que outros jovens assumam esses cargos comissionados, mas também pelas novas ideias, pensamentos e análises que esses recém-formados podem levar as gestões do nosso país.

*Assunto extraído da Revista Exame