“O empreendedor brasileiro precisa ter a mentalidade aberta para dividir ideias e fazer colaborações. O mercado no Vale do Silício é extremamente colaborativo”.
Veja essa e outras impressões de Bedy Yang, brasileira que começou a trabalhar em 2005 no Vale do Silício, e fundadora da loja Bazaar Brazil – que vendia no Vale produtos artesanais feitos por brasileiros – e da Brazil Innovators – promove o intercâmbio comercial entre brasileiros e norte-americanos. A paranaense de 37 anos, também treina investidores e seleciona empresas da América Latina para receber recursos através da aceleradora 500 Startups.
Bedy explica que no Vale do Silício todo mundo fala constantemente em startup. As universidades criam programas específicos para desenvolvê-las e há uma rede forte de investidores – 40% do capital de risco dos EUA estão no Vale -. “Ali há uma cultura disposta a arriscar”, afirma. Segundo ela, é o contrário de como acontece aqui, “o brasileiro precisa aumentar sua aceitação de risco. Eu também gostaria que ele pensasse grande. Além disso, ele é muito bom na execução, para fazer as coisas acontecerem no Brasil, mas muitas vezes ele não parte [da ideia] de que vai montar uma empresa bilionária”.
Você concorda com Bedy? Opiniões a parte, acredito que essa cultura da inovação é sim ausente da maioria das universidades brasileiras. Faltam iniciativas não só dentro das universidades, já no ensino fundamental e médio os alunos poderiam ter mais contato e assim progressivamente novas interações com a cultura empreendedora. Com certeza os jovens teriam mais credibilidade e confiança para entrar nesse mundo.
Yang também afirma que os investidores norte-americanos estão otimistas com o nosso país no longo prazo. Que além desse ser um bom momento para se investir por aqui, devido principalmente a forte desvalorização do real, “o empreendedor brasileiro amadureceu e a internet e a logística melhoraram”.
Para quem procura esse apoio para os negócios, vale ressaltar que a norte-americana 500 Startups – citada no início do texto – organiza encontros mensais no Brasil para que as empresas apresentem suas tecnologias e para gerar novas oportunidades.
*Assunto extraído do Jornal Folha de São Paulo
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Esse tipo de incentivo ao empreendedorismo deveria vir desde o primário, para já ser visto como algo natural ao chegar na adolescência e início da vida adulta. Ótima matéria!