A Ciência, Tecnologia e Inovação nas mãos de Aldo Rebelo

Aldo Rebelo (PC do B) é o novo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal Brasileiro. Indicado pela presidenta Dilma Roussef, o nome carrega em si o peso de um deputado federal eleito cinco vezes consecutivas, mas também o fardo de projetos polêmicos que envolvem uma visão no mínimo insuficiente sobre a importância das políticas públicas de ciência e tecnologia para o desenvolvimento socioeconômico da nação.

Podemos relembrar alguns fatos, em que Aldo Rebelo estampou a capa dos jornais. Todos envolvem seu posicionamento quanto a tecnologia. Faz-se importante citar que todas estas suas tentativas de projetos acabaram sendo arquivadas:

  • Em 1994, Aldo Rebelo queria proibir que órgãos públicos se valessem de qualquer inovação tecnológica que diminuísse o uso de mão de obra humana.
  • Em 1999, Rebelo propôs um projeto cujo objetivo era diminuir o uso de estrangeirismos no Brasil: sempre a tradução da palavra para o português deveria ser apresentada.
  • Em 2000, ele queria proibir as catracas eletrônicas no transporte coletivo. Em 2001, a proposta era tornar a dublagem dos filmes estrangeiros obrigatória em todos os canais abertos e fechados da televisão. Em 2003, foi a vez de tentar transformar o Halloween em Dia Nacional do Saci-Pererê.
  • Em 2011, Rebelo chamou atenção quando propôs a votação do projeto de reforma do Código Florestal, que permite o cultivo em Áreas de Preservação Permanente, diminui a conservação da flora em margens de rios, isenta de multas os agricultores que desmataram e libera o cultivo no topo de morros. Na época, o pesquisador Antônio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, acusou Aldo Rebelo de ceder ao lobby do agronegócio ignorando o que a comunidade científica tinha para somar ao debate.

Todo este histórico é passível de discussão e por isto escrevo este texto. Até quando competências técnicas serão desmerecidas ou consideradas menos relevantes na hora de escolher um líder para uma pasta com tamanha vocação exclusiva?

Sem apegos ou aversões a partidos, acompanho a escolha ministerial com esperança de ver homens e mulheres com destaques em suas áreas de atuação, que possam contribuir com suas formações e experiências para a gestão de segmentos tão estratégicos ao país.

A escolha da presidente Dilma para a pasta de Ciência e Tecnologia refere-se a critérios inteiramente políticos. Ninguém questiona o potencial de articulação, característica forte de Aldo Rebelo que estava a frente do Ministério do Esporte, mas não caberia uma consulta aos segmentos da sociedade fortemente também articulados e designados ao estímulo da ciência e tecnologia? Uma indicação baseada em caráter técnico pode trazer mais resultados efetivos e políticas públicas mais modernas e eficientes .

Ciência e Tecnologia é uma área estratégica para a retomada do crescimento em nosso país. Sou um dos entusiastas declarados quanto a importância dos investimentos em tecnologia e inovação como engrenagem propulsora de uma economia baseada na agregação de valor, geração de conhecimento e estímulo aos talentosos profissionais.

Temos que falar mais sobre a expansão da rede tecnológica em nosso país, a essencialidade do acesso à internet, a maximização da produção científica dentro e fora das universidades, mecanismos de estímulo ao empreendedorismo como as incubadoras. Não devemos nos cansar de falar sobre a inovação e saber colocá-la em prática em nossas escolas, empresas, instituições públicas e privadas.

Quero ver manchetes com todos estes temas sendo publicadas em nossos jornais. Espero que Aldo Rebelo nos surpreenda e se preocupe realmente com as questões da inovação tecnológica e da ciência no Brasil. Mas também anseio pelo momento em que escolhas políticas priorizem pelo histórico positivo de seus líderes em suas áreas de atuação, com foco nos resultados e nos impactos positivos à sociedade.

E você? O que espera da ciência, tecnologia e inovação de agora para frente?

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2 comentários

  1. A presidente Dilma fez uma péssima escolha para a pasta da Ciência e Tecnologia. Não poderia ter sido pior. Aldo Rebelo exala e expressa o atraso e o retrocesso e o risco que o país corre é o de perder o pouco que ganhou e avançou nos últimos anos. É terrivelmente lamentável constatar que a presidente não tenha a ciência e a tecnologia como uma arma estratégica para fazer o país crescer e prosperar. Com Aldo Rebelo corremos o risco de voltarmos à famigerada antiquada estratégia de reserva de mercado para “proteger” a indústria nacional. Espere e verá.

  2. Caro Reilly
    Wow, não conhecia o Curriculum anti-inovação (e progresso da Ciência) do sr Rabello. De posse destas informações, eu via digo: parafraseando o Barão de Itararé, de onde não se espera, daí mesmo é que não vem nada.
    Se quisermos um pais inovador, teremos que inventá-lo sem ações do governo.
    Abraço
    Beto

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