A internet com seus blogs e redes sociais trouxe uma nova voz aos cidadãos. Está sendo uma oportunidade para que milhares de pessoas vão ao encontro do ativismo político e social.
Negros, gays, transexuais, militantes de esquerda e de direita. Cada vez mais eles estão migrando suas lutas para o mundo virtual. São também indivíduos que discutem temas relacionados ao seu cotidiano, suas angústias, preceitos e a lutam pela igualdade.
“O foco do ativismo virtual que exerço é despertar empatia no outro e torná-lo protagonista de uma luta que não deveria ser só minha”, diz Sofia Fávero, 22 anos, administradora da página Travesti Reflexiva.
“Cada um luta da forma que acha certo e, se todas lutarmos, já estamos no lucro”, afirma Babi Souza, criadora do Vamos Juntas? que incentiva a união entre mulheres para intimidar possíveis agressores e descontruir a ideia de que elas não podem confiar uma nas outras.
Mas esse posicionamento também incomoda, e diversos usuários não remediam a ofensa e repugnam as publicações. Muitos têm a tendência de pensar que o problema do outro não é dele próprio, e que o avanço das minorias é sinônimo de um retrocesso da massa. Essa ideia já começa errônea ao pensar que essas minorias significa quantidade. As mulheres ou negros, por exemplo, não compõe um número menor e sim ocupam uma posição com menos direitos, por isso são consideradas ‘minorias’.
As diferenças muitas vezes são entendidas como um dever de disputa entre indivíduos. Mas as coisas não são por aí. A falta de esclarecimentos e uma educação de qualidade são fatores que influenciam pensamentos machistas, racistas e homo-lesbo-transfóbico presentes em nossa sociedade. Nós somos diferentes e ao mesmo tempo iguais. E a luta por uma sociedade mais justa perante todos é uma só.
A ação preconceituosa também se revela em um comportamento típico do mundo virtual: o ataque às pessoas que disseram algo e não propriamente ao que foi dito. Depois de exclamar as ofensas esses usuários se fecham e não querem mais dialogar.
Ficou mais fácil se ‘esconder’ atrás da tela, ninguém vai conhecer ao certo aquele usuário que está pronto para atacar o outro. A internet deu poder as pessoas. Existem até grupos fechados que possuem uma cadeia hierárquica com o objetivo de planejar a próxima trolagem – ‘brincadeiras’ ofensivas. Me refiro a grupos do Facebook de até 65 mil usuários que disseminam ataques racistas, homofóbicos e até mesmo pornografia infantil. Um meio perigoso que reúne adeptos e até treinam novos integrantes a se tornarem hackers.
Mas a internet também tornou mais fácil à ascensão dos movimentos sociais. Muitas vozes estão sendo ouvidas, questões e opiniões diversas colocadas em debate. Esse ambiente está atuando como um porta-voz de milhares de pessoas. Mas para isso é preciso que cada um se comprometa a realmente escutar a fala do outro, que esteja aberto e interessado as posições diversas – com o diálogo passivo as ideias podem ser revistas e ajustadas quando necessário. O debate amplo e saudável é essencial para o avanço geral de uma sociedade.
*Assunto baseado na reportagem da revista Galileu
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