Parece motivante em um primeiro momento, mas nem tanto. Essa é a sensação após ter lido a opinião sobre as startups brasileiras de um grande investidor e sócio do renomado Accel Partners, fundo de capital de risco do Vale do Silício, o americano Kevin Efrusy.
Efrusy foi um dos primeiro a investir no Facebook, os 12 milhões aplicados na rede social o somaram mais tarde 11 bilhões. Ele também já investiu em companhias como Dropbox e o Spotify. O fundo Accel Partners, já investiu 17 bilhões de dólares em quase 500 startups. Esses são alguns motivos que vale considerar a opinião do americano sobre o atual cenário de empreendedorismo brasileiro.
Ele afirma estar mais barato investir em nosso país e que apesar da crise as startups continuam atraentes. Mas isso tem um motivo nada interessante: “há menos competição porque a maioria dos investidores do Vale do Silício abandonou o Brasil”, como Efrusy diz. “É preciso ser mais cuidadoso e escolher startups que não exijam muitas rodadas de investimentos adicionais. Além disso, descobrir quais ideias vão conseguir sobreviver a uma recessão é uma tarefa complexa”.
Me pareceu um pouco contraditória a fala do americano. Ao mesmo tempo em que – ainda – está bacana investir por aqui, é também preciso doses extras de cuidado nas escolhas. Isso automaticamente exclui milhares de startups que naturalmente precisam de várias rodadas de investimento, além de um empecilho a mais que é a dúvida de saber se ela conseguirá passar pelo momento de crise econômica e política do país.
O investidor diz que as negociações com os brasileiros são mais fáceis, pois nós somos mais colaborativos. O ponto negativo é a falta de disciplina e precisão. “Parte disso tem a ver com as leis tributárias e trabalhistas brasileiras. Elas são complicadas e até contraditórias. […] os empresários brasileiros não atribuem importância e urgência necessárias a essas questões e tendem a querer empurrá-las com a barriga. Mas, para os investidores, estar de acordo com as leis do país é essencial”.
Isto é, as nossas leis não favorecem nem um pouco o empreendedorismo. O “empurrar com a barriga” e o “jeitinho brasileiro” para tentar fazer tudo dar certo é muito mal visto pelos estrangeiros. Ainda falta muito a ser feito por parte dos governantes na área empreendedora. Algumas coisas: menos impostos e regulações, simplificação do sistema tributário, incentivo e ensino sobre como abrir e, principalmente, manter um empreendimento – não apenas para os adultos, mas desde o ensino fundamental.
Efrusy ainda afirma que procura no Brasil empresas que só vendem para outras companhias, as B2B, e também aquelas que resolvem problemas peculiares ao país.
*Artigo baseado na reportagem da revista Exame
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