No submundo das gangues virtuais

 

A internet esconde pessoas perigosas à procura de práticas que vão contra as leis. O Facebook se tornou um polo malicioso onde gangues disseminam ataques racistas, homofóbicos e até mesmo pornografia infantil.

A trolagem – ‘brincadeiras’ ofensivas – é a principal arma que essas pessoas utilizam. A grande intenção desses grupos que são fechados é ganhar popularidade, conseguir ainda mais adeptos e aumentar o seu território. Eles selecionam os temas e a quem atacar esperando que as consequências cheguem às manchetes de jornais e se espalhem por toda a internet. Feito isso, os atos são considerados heroicos.

Esses grupos possuem uma hierarquia. No topo estão os “mitos”, os fundadores ou herdeiros das páginas que ditam quem será o próximo alvo e o tipo de ofensa; depois os administradores, gerentes das gangues que são promovidos conforme o sucesso de suas trolagens; e por último os soldados que cumprem ordem de ataques e fazem tudo para chamar a atenção e virar administradores.

O mais ‘famoso’ do momento é Roberto, de 19 anos, a frente do grupo FofoCat que possui 65 mil seguidores. Ele afirma que discute estratégias de crescimento com os integrantes e que tem até um tipo de universidade para ensinar aos administradores como se tornar um hacker. Tudo isso dentro do Facebook. O jovem também é conhecido por outra característica desses ambientes, ele mesmo diz orgulhoso que já recebeu 2.225 “plaquinhas”. São fotos enviadas por meninas que estampam o nome do presenteado em um papel ou em partes íntimas do corpo, uma tentativa delas de também participar das comunidades e ganhar popularidade.

O Facebook se tornou uma própria deep web. E o que a rede social está fazendo para mudar isso? Nada. Parece que enquanto houver audiência, curtidas e compartilhamentos a plataforma estará satisfeita, não importa qual tipo de conteúdo. Não que ela seja a favor, mas a dificuldade e a burocracia para cumprir ordens até mesmo judiciais prejudicam a ação da polícia nesses casos. Esse é outro ponto, estamos vendo gangues virtuais causarem danos desastrosos as pessoas, influenciando milhares de jovens a seguirem práticas criminosas e, nojentas. As ações violentas ainda se estendem ao mundo real. Em um ‘rixa’ entre grupos que reuniu 12 mi jovens no parque Ibirapuera, em São Paulo, duas meninas foram estupradas.

Tudo isso é crime, é perigoso e quanto mais cresce mais difícil ficará de se conter futuramente. O que as autoridades estão fazendo perante isso? O Brasil possui estrutura para conter essas gangues virtuais? Segundo a matéria da revista Época a resposta é não. No caso de Maju – a jornalista da rede Globo que sofreu ofensas racistas no Facebook -, por exemplo, para chegar às mensagens racistas o Ministério Público de São Paulo contou com apenas um promotor e um funcionário, o único que sabia entrar nos grupos do Facebook e conseguir informações. Atualmente, o mesmo passou em um concurso público e saiu dessa função. E aí, como ficamos?

 

 

*Artigo baseado na reportagem da revista Época

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