Entre a beleza e a frieza

 

Qual foi a última vez que você utilizou um papel e uma caneta para escrever algum texto? Texto mesmo, não vale a assinatura de cheques e nem pequenos rascunhos.

Faz tempo não é mesmo? Também tive essa sensação ao refletir sobre isso. Com os computadores, tablets e smartphones, hoje é automático utilizar esses meios para escrever qualquer coisa; o escrever agora é teclar. É por isso mesmo que estamos caminhando para uma profunda transformação: o fim da caligrafia.

Recentemente publiquei artigo aqui no blog sobre esse tema, citando a Finlândia que anunciou que a partir de 2016, as aulas de caligrafia serão substituídas pela computação. Nos Estados Unidos, a não obrigatoriedade no ensino aulas de letra cursiva já acontece desde 2013.

“Digitar com fluência é uma competência essencial”, disse o Conselho de Educação finlandês.

“No futuro, teclar tende a ser tão natural quanto escrever no papel hoje, o que acabará se refletindo no processo de alfabetização”, fala o doutor de linguística, Marcelo Buzato.

As novas gerações sentem-se muito mais familiarizadas com a tecnologia já dentro de casa, nos primeiros anos de vida. É natural que na chegada a escola elas tendem a preferir e continuar usando essas ferramentas. Parece que essa transição realmente não tem volta. Quem defende essa ideia, diz “que não há por que tomar tempo do aluno com caligrafia quando o que o mundo exige é um exército de gente de raciocínio lógico afiado, não importa de que forma ele se expresse”, como cita a reportagem.

É natural também que dessa mudança surja ponto positivos, quanto negativos. Como cito no texto, “A mão ativa o cérebro”, no qual a escrita manual é capaz de estimular a nossa coordenação motora e o raciocínio, nos fazendo assim elaborar e expressar melhores ideias, além de retratar a personalidade dos indivíduos – afinal, uma letra nunca é igual à outra -. Do outro lado, está o teclado que permite registrar mais volume de informação, organizar o pensamento em etapas e sedimentar o aprendizado, uma vez que as correções acontecem em tempo real.

E não há nada que se preocupar com isso. Tecnologias, inovações e mudanças são palavras que caminham juntas. Isso faz parte da nossa evolução, do progresso em nossa sociedade. Mas também não há como negar que nesse futuro, padrões que se tornarão extintos – como receber uma bela carta – vão deixar saudades.

 

 

*Assunto extraído da Revista Veja

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