A maioria dos amantes de carros imaginam um futuro em que esse setor seja inundado por tecnologias que possam nos levar a experiências inovadoras. Dentro dessa perspectiva, a internet é fundamental quando temos a intenção de possuir carros que interajam com os motoristas, ou seja, que precisam estar conectados.
O problema, é que tem uma questão que está assustando as maiores montadoras do mundo como Tesla, GM e Fiat Chrysler: elas ainda não conseguem se defender do ataque de hackers.
O caso mais sério envolve a Fiat Chrysler – grupo responsável pelas marcas Fiat, Jeep, Dodge, Chrysler e Ram -. Foi descoberta uma falha que permite a invasores tomar remotamente o controle de funções do carro, como freio e motor. Brecha que atingiu cerca de 1,4 milhões de veículos. Em outro recente caso, dois especialistas demonstraram ser possível acessar com seu notebook os sistemas de um carro da Tesla que permitiu abaixar e levantar os vidros, e até mesmo desligar o motor.
O senador americano Edward Markey, mostrou estudo que aponta que apenas duas entre as 16 montadoras pesquisadas têm mecanismos para identificar ataques em tempo real. Trazendo isso para o Brasil, a Fiat Chrysler afirmou que “os carros comercializados no Brasil não vêm com modem, aparelho que faz conexão com a internet e é usado como porta de entrada pelos hackers. […] O motivo dessa diferença é a qualidade ruim da infraestrutura de telecomunicações brasileiras”, como citou a reportagem.
Nos Estados Unidos, espera-se que até final do ano seja formado um comitê pelas maiores montadoras e pelo governo para discutir sobre essas questões.
As montadoras sabem que estamos ansiosos por inovações na indústria automobilística, e isso inclui carros conectados com a web. Mas na mesma proporção que elas se preocupam em atender essa crescente demanda, também precisam ficar atentas com os perigos da web. No pior dos casos, imagino uma situação em que um veículo hackeado possa, por exemplo, ter o motor do carro desligado em plena rodovia e causar um grave acidente. Com essas falhas de segurança, isso não será difícil de acontecer. A tecnologia é uma brilhante ferramenta, mas infelizmente há muitas pessoas com más intenções que a usam de forma negativa. Não adianta inovar, produzir ótimas experiências para as pessoas, mas não colocar em primeiro lugar o mais importante: a nossa segurança.
*Assunto extraído da Revista Exame
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