O dia 13 de agosto de 2014 foi marcado pelo espanto. Ninguém esperava a perda abrupta, chocante e trágica do candidato a presidente, Eduardo Campos e os membros de sua equipe que estavam no avião que caiu. Fomos testemunhas da incredulidade dos jornalistas e companheiros políticos ao destrincharem um fato que ninguém gostaria que fosse verdade.
A morte por mais que inevitável sempre é tratada particularmente. Existe um semblante respeitoso, vozes empostas e palavras cuidadosamente ditas, tudo cercado por um respeito a quem perdeu alguém.
Porém, todo esse cuidado ao se tratar de acontecimentos desse caráter, ultimamente tem se “perdido” diante das redes sociais. Munidos do ‘empoderamento’ da internet, nos deparamos com inúmeras manifestações críticas, ou melhor, irônicas sobre o lastimável fato. Já algum tempo tenho percebido nesse ambiente online pretensões cruéis de transformar a tragédia em comédia, indicando vilões como se tudo não passasse de uma novela. Aonde a piada se encaixa nesse tipo de contexto? Sinceramente, não consigo entender.
Rede social, whatsapp e outros recortes da web pertencem à vida real. O que você faz e expõe nestes ambientes transmitem sua real personalidade e jeito de encarar as situações do cotidiano. Incomodou-me profundamente, a coragem e disposição de pessoas em ter uma “piada pronta” diante de tal lastimável acontecimento.
O mundo virtual e nosso pertencimento a ele não pode nos fragilizar emocionalmente e nos tirar a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Até que ponto a nossa conexão com a web tem nos deixado insensível ou até mesmo cruel?
Porém, vejo que não estou sozinho. Alguns jornalistas, colegas e desconhecidos também descreveram sobre esta perplexidade da “piada pronta”, o que fez alguns autores esconder o discurso irônico e egocêntrico.
Aqui cabe a reflexão sobre como lidar com o protagonismo nas redes sociais e a sua influência em nossas declarações. E também deixo meus profundos sentimentos a todos que se sentem em luto pela perda de cada um que estava naquele avião.
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Reilly, caro amigo,
Parabéns pelo texto. Como tive a oportunidade de dizer para uma amiga nas redes sociais, este texto vai 100% ao encontro do que penso.
Trata-se de uma tragédia e, muito além do homem público e seus assessores e pilotos, estavam ali pais e filhos, com seus respectivos laços emocionais, de pessoas que estão agora chorando as perdas que sofreram.
Falta um sentimento Cristão por parte de quem brinca com isso, ou que aproveita-se deste sofrimento para tentar um link com contra a atual presidente (ela quer que a chame de presidenta), ou outros candidatos.
É preciso parar com este forma escrota de pensar no próximo e verdadeiramente ocupar-se com ele. Se não há nada para fazer, talvez uma oração e o silêncio. Aliás, o silêncio no falar, escrever e, se possível, no pensar negativamente.
Novamente, parabéns pelo texto. 😉
Já faz tempo que levanto essa bandeira e fico feliz por saber que outras vozes se somam pela mesma causa. Pior que o desastre, é se calar diante da barbárie.
Boa tarde Reilly
Realmente temos mesmo que refletir, as redes sociais dão a nós a oportunidade de falar aquilo que às vezes não teríamos coragem de dizer pessoalmente e muitas das vezes pegamos pesado mesmo. Muito bom o seu artigo..
Agradeço a todos pelos comentários. Não nego o contentamento em ver mais pessoas que compartilham do meu pensamento. Que possamos utilizar a tecnologia e as redes sociais como ferramentas para provocar o bem-comum e a cultura de paz em nossa realidade. Assim avançaremos na construção de um mundo melhor para viver.