Comentário da matéria: “Como o Skype é usado para vigiar usuários na China”
Jornal Valor Econômico
Jeffrey Knockel faz parte de uma nova geração capaz de realizar grandes feitos. A partir de um estímulo, a pessoa vira noites e dias para atingir um objetivo, de maneira independente e ousada. Nesta linha de comportamento, o estudante universitário, de 27 anos, do curso de ciência da computação da Universidade do Novo México, é um dos grandes responsáveis por averiguar que o serviço Skype está longe de lhe garantir privacidade.
Quando em 2011, seu orientador da universidade, o professor Jedidiah Crandall, o encaminhou um estudo feito em 2008 que suscitava a informação de que os servidores chineses armazenavam mensagens na Tom-Skype (versão disponível do Skype na China, usada por 96 milhões de pessoas), Knockel trabalhou por dois anos para quebrar a encriptação do Skype e decodificar suas palavras-chave.
Para chegar às palavras, Knockel baixou o programa da TOM-Skype em seu computador. Em seguida, cada vez que entrava na internet, monitorava o tráfego de entrada e saída. Rapidamente, Knockel percebeu que os servidores na China enviavam silenciosamente ao seu computador uma lista negra atualizada, que funcionava como filtro de vigilância em seu laptop. Knockel analisou a codificação com uma técnica conhecida como busca binária.
Segundo Knockel, estão na lista de suspeitas as frases com a palavra “Ferrari”, que pode ser uma referência à morte de um filho do líder do Partido Comunista da China em um acidente de automóvel em março de 2012, e “723”, uma alusão a 23 de julho de 2011, data de um acidente ferroviário que matou 40 pessoas.
Toda esta descoberta fez com que Knockel tirasse um A+ na faculdade, mas acima de tudo sucinta como nos protegermos de uma invasão de privacidade na internet. A Microsoft, atual detentora do Skype, estremece por não ter esclarecido isto antes. Mas o debate é muito mais complexo: até que ponto, a web não pode ser uma ferramenta controladora na mão de governos autoritários?
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