Meio digital é caminho sem volta para jornais

Comentário da matéria: Meio digital é caminho sem volta para jornais

Jornal Valor Econômico

É incontestável.  A indústria jornalística deve se adaptar para acompanhar as tendências do mercado. A queda na receita com publicidade em jornais, decorrência da evidente migração do leitor do suporte impresso para o digital, torna investimentos e inovações em meios digitais imprescindíveis para a manutenção do setor. Foi o que ficou constatado após discussões no 64° Congresso Mundial dos Jornais e o 19° Fórum Mundial de Editores, que aconteceu em Kiev, na Ucrânia.

Como resposta a esta realidade, as empresas de comunicação tem repensado sua maneira de fazer negócios. Para manter o equilíbrio entre vendas de assinaturas e venda de publicidade, as empresas já não disponibilizam todo o conteúdo na web de forma gratuita. O americano “The New York Times”, a exemplo do “The Wall Street Journal” e do “Financial Times”, após disponibilizar assinaturas digitais, já possui 500 mil adeptos.

Um fator relevante que contribuiu para mudança de hábito nesse cenário, especialmente no que diz respeito à mentalidade a cerca do conteúdo distribuído gratuitamente na web, foi o lançamento do iPad em 2010. O tablet permitiu a migração do leitor do papel para o digital. Além do mais, a experiência das lojas de aplicativos tem mostrado que as pessoas estão dispostas a pagar por conteúdo diferenciado.

A modernidade comprova que o meio digital é, de fato, um caminho sem volta. Greg Hywood, principal executivo da Fairfax Media Limited, da Austrália, acredita que em breve não será mais rentável imprimir jornais. Adaptação é a palavra de ordem nesse sentido. “Se se consegue aumentar a receita de publicidade e de assinatura digitais e se livrar dos custos de impressão e distribuição, o negócio torna-se viável”. Afirma Hywood.

Em decorrência dos avanços tecnológicos, a sociedade adotou um novo estilo de vida. A mudança é substancial e abrange todas as áreas. No caso da disseminação da informação as transformações são avassaladoras. Com base em dados do livro “Abundance”, estima-se que em 2020 cerca de 3 bilhões de pessoas estarão conectadas à internet via celulares. A adesão à mobilidade será unânime, de acordo com previsões do mesmo livro. Diante disso, entender o comportamento das pessoas, que assume um novo perfil de consumo e disponibilizar meios de adequação a esse novo padrão é fundamental.