Foxconn faz pacote de exigências a Dilma

Comentário da matéria “Foxconn faz pacote de exigências a Dilma”

– Jornal Folha de São Paulo, do dia 01/05/11

Mais um passo foi dado no que se refere à instalação de uma montadora dos produtos Apple no Brasil. A fábrica chinesa Foxconn entregou para o governo brasileiro uma série de exigências para expansão de seus investimentos em nosso país. A equipe de Dilma Rousseff, por sua vez, tenta renegociar e ver o que é possível atender.

Nesta grande e importante conversa para o Brasil, o Jornal Folha de São Paulo fez uma cobertura aprofundada dos fatos e por meio dos jornalistas, Verga Magalhães e Camila Fusco, publicaram a matéria “Foxconn faz pacote de exigências a Dilma”, no dia 1º de maio de 2011.

Como qualquer outra empresa que realiza investimentos, a Foxconn quer garantir o retorno dos possíveis 12 bilhões a serem aplicados no Brasil. Em seu ponto de vista, as exigências não passam de facilidades fiscais e de infraestrutura que garantirão viabilidade ao negócio. Entretanto, a grande maioria dos pedidos da Foxconn é impossível de ser cumprida imediatamente, como é o caso da construção de um terminal de aeroporto próprio e um local com cabeamento total de fibra ótica.

Os pedidos estão sendo difíceis de atender, entretanto a presidente Dilma está determinada em conseguir os 12 milhões assumindo uma posição consciente das dificuldades. Um grupo de trabalho foi formado para avaliar as exigências e estabelecer um cronograma de ações.

Dilma dá a entender que fará o possível para não ver os investimentos se instalarem em outro país, como foi o caso da Intel em 1990, que preferiu ir para Costa Rica, devido às resistências brasileiras em atender suas solicitações.

Entretanto, a própria presidente e seus assessores de alto escalão já listaram uma série de contrapartidas às exigências apresentadas pela Foxconn, como a contratação de mão de obra majoritariamente brasileira, treinamento dos empregados e transferência de tecnologia.

Os itens citados pela presidente Dilma são contrapartidas condizentes ao desejo de um setor produtivo e um governo auspicioso, que almeja ver o Brasil não só como mais um produtor de commoditie, mas como uma nação inovadora, que gera produtos com valor agregado.

Temos que aproveitar a oportunidade de uma multinacional instalar em nosso país, com a consciência de que os investimentos e a expertise dos estrangeiros somados ao talento brasileiro, sua flexibilidade e nossas leis trabalhistas avançadas refletirão em uma experiência de sucesso, que trará benefícios diretos para o país e dará suporte para as outras gerações. Esta é a nossa chance de internacionalizarmos os negócios e inserirmos o Brasil no mesmo patamar das outras nações em desenvolvimento, quando o assunto é tecnologia.