A atual esfera do desenvolvimento econômico e social passa pelo setor de tecnologia. A disseminação de novas técnicas, produtos, softwares e processos inovadores são ferramentas que alavancam os demais nichos da economia, e igualmente proporcionam a integração social da população em um mundo cada vez mais tecnológico.
Sem discussões reversas a esta realidade, há controversas na prática. O mundo dos negócios não potencializa o setor da tecnologia para que o mesmo acompanhe às exigências e tendências do mercado. Existe falta de crédito, muitos impostos, ausência de incentivos, e por estes motivos, é difícil ao empreendedor de tecnologia crescer e até mesmo sobreviver.
Mas, como é próprio do perfil brasileiro, o empresário insiste em obter sucesso e tem encontrado alguns caminhos. Na área de tecnologia, experiências bem sucedidas ocorrem com a implantação dos Parques Tecnológicos – áreas geográficas delimitadas, onde empresas de tecnologia desenvolvem produtos inovadores baseando-se em uma estreita cooperação entre universidade, indústria e poder público.
Neste ambiente, há infra-estrutura e os serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das empresas intensivas em tecnologia. Geralmente, os espaços físicos são originários de órgãos públicos ou de universidades. O capital humano provém da região, muitas vezes oriundos das instituições de ensino, que são as grandes parceiras da implantação e manutenção dos Parques Tecnológicos.
Os cases de sucessos nos mostram que empresas de tecnologia da informação (TI), energia, biotecnologia, eletrônica e instrumentação, serviços, meio ambiente e agronegócios fazem parte dos nichos mais estimulados pelos Parques Tecnológicos. Sendo que, 80% das empresas instaladas nos parques são originárias da região, e convivem progressivamente com demais empreendimentos nacionais e internacionais.
Assim, o papel dos Parques Tecnológicos é criar condições para que a “indústria da inovação” possa nascer, crescer e agregar valor a muitos setores econômicos e à sociedade como um todo.
¹ “Guardadas as devidas proporções, o modelo de Parques Tecnológicos pode e deve representar para a “Indústria do Conhecimento e Inovação” o mesmo que significou, as Universidade para o segmento de ensino, pesquisa e extensão, os clusters e APLs para o setor industrial, os complexos financeiros (como Wall Street e Avenida Paulista) para o setor financeiro, os Shoppings Centers para o setor de comércio e a internet para as comunicações e negócios”.
O Brasil apresenta hoje 74 Parques Tecnológicos, sendo 25 em plena operação com 520 empresas faturando R$ 1,7 bilhão por ano. O Estado de São Paulo tem dez parques tecnológicos. Os estados do Pará, Ceará, Paraíba, Bahia e Pernambuco têm seus parques tecnológicos instalados, e em funcionamento. Pará obteve recentemente 40 milhões de reais para investir em seu parque tecnológico. Entretanto, destas 74 iniciativas, nenhuma se encontra efetiva no Estado de Goiás.
Neste sentido, a política de apoio à inovação ainda não está devidamente implantada em Goiás, o que implica em condições injustas de competitividade entre as empresas goianas com as demais existentes no cenário nacional.
Para reverter este quadro, é preciso mobilização dos empresários de tecnologia da informação. É necessário o envolvimento de todos para que juntos possamos planejar nossa estrutura de Parques Tecnológicos, que trará benefícios concretos ao setor de TI, no sentido de materializar as idéias e projetos dos empreendedores.
A implantação dos Parques Tecnológicos em Goiás nos insere em uma tendência mundial, que não só agrupa empresas, mas atrai investimentos internacionais, estimula a geração de pesquisas e conhecimento, explora a capacidade intelectual dos profissionais locais, oportuniza o empreendedorismo de jovens talentos, além de estimular constantemente a inovação.
De forma descentralizada, os Parques Tecnológicos podem ser implantados em diversas regiões de Goiás. Esta prática proporcionará a valorização de todas as regiões do Estado, pois incentiva a população local a se capacitar e manter-se em sua cidade, bem como impulsiona os empresários locais a desenvolverem negócios em sua região. Esta é uma ideia que preserva o desenvolvimento para todos e a integração, de forma justa, viável e socialmente correta.
Os benefícios deste projeto serão percebidos na melhoria dos indicadores das empresas, mas também na situação sócio-econômica do Estado e nos números da geração de pesquisa das universidades. Esta é a melhor forma de garantir o desenvolvimento tecnológico, social e econômico, baseado na premissa da colaboração e da co-participação.
Reilly Rangel
¹ Trecho retirado do “Estudo, Análise e Proposições Parques Tecnológicos do Brasil”Artigo publicado em 29/07/2010 no Jornal Diário da Manhã
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